A conclusão foi apresentada em estudo realizado pela Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji), com apoio do Global Media Defence Fund da Unesco
Redação Publicado em 30/03/2022, às 09h45
Um novo estudo baseado em dados de monitoramento de ataques a jornalistas conduzido pela rede Voces del Sur, mostrou que jornalistas do gênero feminino que cobrem temas políticos foram os maiores alvos de ataques em 2021.
A pesquisa foi realizada pela Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji), com apoio do Global Media Defence Fund da Unesco e revelou que mulheres jornalistas (cis e trans) são 91,3% das vítimas. Ao todo, foram registradas 119 ocorrências contra 127 profissionais e meios de comunicação no ano passado.
De acordo com informações do UOL, os resultados do Brasil foram apresentados por Cristina Zahar, secretária-executiva da Abraji, na conferência de Liberdade de Imprensa na Estônia, no mês de fevereiro.
Na ocasião, Zahar destacou que “apesar da pandemia e da cobertura de saúde ao longo do ano, a maior parte das agressões desencadeadas pela cobertura jornalística está ligada a agendas políticas e tentativas de impedir o jornalismo de investigar e fiscalizar o Estado."
"Mulheres jornalistas que cobrem política foram o alvo principal, como Daniela Lima, âncora da CNN Brasil, que sofreu oito ataques, e Patricia Campos Mello, da Folha de S.Paulo, que sofreu cinco”, disse ela.
De acordo com o levantamento, profissionais da imprensa e veículos receberam 45 ataques que utilizaram gênero, sexualidade ou orientação sexual como argumentos para a agressão. A grande maioria (95%) dos agressores que puderam ser identificados foram homens.
Também concluiu-se que 59,9% dos casos de discursos estigmatizantes tiveram início com publicações de autoridades de Estado entre outras personalidades do meio político, sendo que, em 60% das ocorrências, a vítima comentava temas relacionados à política.
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