Escavações próximas ao kibutz de Beit Keshet, na Baixa Galiléia, em Israel, revelaram vestígios do antigo mercado-hotel Khan al-Tujjar
Éric Moreira Publicado em 21/02/2024, às 08h20
Escavações recentes no sítio arqueológico de Khan al-Tujjar, localizado no Monte Tabor, próximo ao kibutz de Beit Keshet, na Baixa Galiléia, em Israel, revelaram novos vestígios de um antigo e importante caravançarai da região. Essa edificação, por sua vez, era um tipo de estabelecimento hoteleiro destinado a mercadores viajantes, encontrado sobretudo no Oriente Médio, Ásia Central e norte da África.
Conforme repercutido pela Autoridade de Antiguidades de Israel (IAA), responsável pela descoberta, foi identificada uma camada compactada de solo com achados dos períodos mameluco e otomano (entre os séculos 15 e 18). Essas descobertas, pontuam os arqueólogos, podem proporcionar um raro vislumbre de como era o mercado que funcionou por séculos na região.
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Entre os objetos encontrados, estão vestígios de ossos de animais — como cães, cavalos, camelos, ovelhas e gado —, que indicavam a existência de uma indústria pecuária e de comércio de animais. Além disso, também havia um grande número de cachimbos de cerâmica.
Vale mencionar que fontes históricas e relatos de antigos viajantes da região contam que os comerciantes locais costumavam sentar-se nas entradas das lojas, onde bebiam café e fumavam cachimbos.
A escavação também descobriu uma variedade de vasos de cerâmica, alguns feitos localmente e outros importados de regiões como Síria, Turquia, Itália e China, ao lado de achados como anéis e joias. Essas descobertas fornecem evidências materiais do grande mercado que operava no local", sinaliza Edna Amos-Dalali, diretora de escavação em nome da Autoridade de Antiguidades de Israel, em comunicado.
Segundo o Heritage Daily, Khan al-Tujjar significa "comerciantes caravanserais", sendo um importante local de descanso e encontro para comerciantes que viajavam no passado pelas rotas comerciais entre Damasco e Cairo, e da Transjordânia ao Acre.
Geralmente, um caravançarai servia tanto como albergue quanto como mercado, para aqueles que por ali passavam, sendo assim um importante apoio para o fluxo de comércio, informação e pessoas através das longas e difíceis viagens na rede de rotas comerciais que cobriam parte da Ásia, norte da África e sudeste da Europa — principalmente na chamada Rota da Seda.
Especificamente, os caravançarais de Khan al-Tujjar, por sua vez, foram fundados no fim do século 16, a mando do grão-vizir Sinan Pasha. Ele foi um estadista nascido na Albânia, que serviu, antes de sua morte, cinco vezes como grão-vizir na região.
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Dervish Mehmed Zillî, um antigo viajante romano, descreveu Khan al-Tujjar como sendo "uma fortaleza quadrada e perfeita, construída em alvenaria no meio de um grande prado verdejante. Tem uma circunferência de seiscentos passos. A guarnição é composta por um diretor e 150 homens. Tem um portão ‘duplo’ de ferro virado a norte."
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