Vesícula biliar pode ser vista ao lado do tronco da mulher - Divulgação/Projeto Asylum Hill
Vesícula biliar de porcelana

'Vesícula biliar de porcelana' é encontrada em cemitério de asilo psiquiátrico nos EUA

Órgão encontrado pertenceu a mulher de meia-idade que morreu há cerca de um século em asilo psiquiátrico do estado do Mississippi

Giovanna Gomes Publicado em 22/04/2024, às 11h00

Há aproximadamente um século, uma mulher que morava em um asilo psiquiátrico no estado americano do Mississippi faleceu em circunstâncias incomuns, intrigando os arqueólogos contemporâneos que exploravam as sepulturas não identificadas do asilo.

No entanto, com a ajuda de médicos colaboradores, a equipe logo determinou que o objeto rígido em forma de ovo encontrado nos restos esqueléticos do tronco da mulher era uma "vesícula biliar de porcelana" - uma condição até então inédita em um contexto arqueológico.

De acordo com o portal Live Science, os detalhes dessa descoberta rara foram publicados em um estudo no International Journal of Osteoarchaeology em 30 de março.

Órgão calcificado

Os órgãos geralmente se decompõem completamente após a morte, mas, nesse caso, a vesícula biliar havia calcificado.

O órgão preservado, frequentemente chamado de vesícula biliar de porcelana na literatura médica, foi associado ao esqueleto de uma mulher de meia-idade sepultada no cemitério do asilo. O asilo, que funcionou entre 1855 e 1935, atendeu milhares de pacientes, muitos dos quais foram enterrados em caixões simples de pinheiro com marcadores de madeira.

O cemitério foi redescoberto em 2012 durante o desenvolvimento do terreno, agora parte do Centro Médico da Universidade do Mississippi. As exumações foram conduzidas a partir de 2022 pelo Projeto Asylum Hill, liderado pela bioarqueóloga Jennifer Mack.

Inflamação crônica

Mack comentou que embora a doença da vesícula biliar seja relativamente comum atualmente, esta é a primeira vez que uma vesícula biliar de porcelana foi identificada em um contexto arqueológico de sepultamento. Ela explicou que essa condição é resultado da inflamação crônica do órgão, conhecida como colecistite.

Além da mulher com a vesícula biliar de porcelana, o Projeto Asylum Hill identificou outras quatro pessoas com cálculos biliares entre os primeiros 100 enterros analisados.

Embora a pesquisa colaborativa tenha avançado no entendimento dessa condição, Mack afirmou que é cedo para especular sobre os medicamentos administrados aos pacientes do asilo e suas possíveis correlações com a doença da vesícula biliar.

+ Confira aqui o estudo publicado no International Journal of Osteoarchaeology.

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