Os pesquisadores encontraram o verme a uma profundidade de mil metros, próximo a um vazamento de metano
Isabelly de Lima Publicado em 13/03/2024, às 12h10
Cientistas embarcaram em uma expedição intrigante ao largo da costa do Pacífico da Costa Rica, onde, a uma profundidade de 1.000 metros e em meio a uma emanação de metano, descobriram uma criatura fascinante: um verme rosado de corpo alongado e segmentado, batizado de Pectinereis strickrotti.
A primeira vez que o P. strickrotti foi avistado foi em 2009, durante uma exploração a bordo do submersível Alvin. Naquele momento, a equipe de investigadores ficou intrigada com essa criatura peculiar, semelhante a um cruzamento entre uma centopéia e uma minhoca, com características únicas que a diferenciavam de outras espécies conhecidas.
Em 2019, a equipe retornou ao local e, após observar mais seis indivíduos, coletou imagens, vídeos e amostras necessárias para classificar formalmente o P. strickrotti como uma nova espécie. A descrição detalhada da criatura foi publicada em 6 de março na revista PLOS One.
O verme possui um corpo alongado de cerca de 10 cm de comprimento, adornado com protuberâncias semelhantes a penas em ambos os lados, chamadas parapódios. Nas pontas dos parapódios, encontram-se guelras que permitem a absorção de oxigênio da água. Além disso, a criatura possui mandíbulas em forma de pinça que podem ser projetadas para capturar presas, embora a dieta específica do P. strickrotti ainda seja um mistério para os cientistas.
Uma das características mais notáveis do P. strickrotti é sua forma elegante de se movimentar na água. De acordo com Bruce Strickrott, piloto do Alvin e homenageado no nome da espécie, o verme se move como "um tapete mágico vivo", realizando curvas e voltas com fluidez, disse ele em um comunicado.
Sob a luz do submersível, o P. strickrotti apresentava uma coloração rosada, provavelmente devido à cor do seu sangue. Essa cor, em conjunto com a ausência de olhos, indica que a criatura se adaptou à escuridão total do seu habitat de profundezas.
As infiltrações de metano, como a que o P. strickrotti habita, são áreas onde o gás metano escapa do fundo do mar, criando um ambiente único que sustenta um ecossistema diverso. Desde 2009, a equipe já identificou cerca de 450 espécies nesses locais, incluindo 48 novas descobertas.
Passamos anos tentando nomear e descrever a biodiversidade do mar profundo”, disse no comunicado o coautor do estudo Greg Rouse, biólogo marinho Instituição Scripps de Oceanografia de San Diego, da Universidade da Califórnia. “Neste ponto, encontramos mais espécies novas do que temos tempo de nomear e descrever. Isso apenas mostra quanta biodiversidade ainda não foi descoberta. Precisamos continuar explorando o fundo do mar e protegê-lo."
A equipe de cientistas está comprometida em continuar explorando as profundezas e protegendo esse ambiente frágil, de acordo com o Live Science.
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