'Hipster da Federal' em praia e durante condução do então deputado Eduardo Cunha - Divulgação / Redes sociais (esq.) / Wilson Dias / Agência Brasil (dir.)
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Quem era o 'hipster da Federal', morto após invasão de residência

Galã da Operação Lava Jato, Lucas Valença chamou atenção do Brasil em outubro de 2016

Wallacy Ferrari Publicado em 03/03/2022, às 15h24 - Atualizado às 15h58

Em outubro de 2016, a Operação Lava Jato, coordenada pelo então juiz Sérgio Moro, atraía os olhos do Brasil em buscas, apreensões e prisões de grandes personalidades políticas do país envolvidas em esquemas de corrupção ativa.

Executadas pela Polícia Federal, aquele mês revelou um novo nome na imprensa nacional, mas longe de obter destaque pelo seu envolvimento jurídico; Lucas Valença era o policial que conduzia o ex-presidente da Câmara, Eduardo Cunha, para um avião, que o levaria para a prisão em Curitiba.

Contudo, ostentando um fervoroso coque samurai e uma barba preenchida, o agente foi alvo de diversos comentários sobre sua beleza e estilo "lenhador", recebendo o apelido de 'Hipster da Federal' e, em poucos dias, assim se tornando uma sensação pública pela fama.

Nascido no município de Posse, no nordeste de Goiás, ele se mudou para Brasília para se tornar membro da PF, entrando na corporação em 2014, como informou o portal de notícias G1. Entretanto, ascendeu como símbolo de beleza masculina.

Personalidade pública

Pouco após ascender em comentários de redes sociais como galã, ele gravou um vídeo agradecendo o apreço popular, posteriormente comparecendo ao programa ‘Encontro’, na TV Globo, causando um desconforto na companhia onde o rapaz trabalhava.

De acordo com o jornal O Globo, ele chegou a ser afastado após ir voluntariamente a veículos de mídia, obrigando que outros envolvidos na Operação Lava Jato usassem touca ninja. A decisão também visou outro fenômeno popular da época, o Japonês da Federal.

 

No Carnaval do ano seguinte, não apenas participou de blocos, mas foi homenageado em Recife com uma retratação em um dos bonecos gigantes, popularmente criados em Olinda. Ainda manifestou apoio ao atual presidente, Jair Bolsonaro, antes e depois de sua eleição.

A morte 

Em 3 de março de 2022, Lucas faleceu na cidade de Buritinópolis, em Goiás, após invadir uma casa na zona rural e ser baleado pelo morador.

Em boletim de ocorrência registrado pela polícia, ele apresentava surto psicótico desde o dia anterior, aparecendo de madrugada na residência aos gritos, afirmando que "havia um demônio" por lá e assustando o casal e a filha de três anos que moram no local.

Apesar de agir em legítima defesa ao defender sua família dentro de sua propriedade, o morador foi preso por posse irregular de arma de fogo, visto que não tinha autorização para usá-la. Ele pagou fiança e aguarda a conclusão da investigação em liberdade, cooperando em depoimentos.

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