Diálogo irritou os russos. Confira o que foi dito!
Fabio Previdelli Publicado em 06/07/2022, às 16h09
No dia 30 de junho, quinta-feira da semana passada, a rede de tv pública da França exibiu o documentário “Um presidente, a Europa e a Guerra”. Entretanto, o que era para mostrar apenas os bastidores dos seis meses em que o país assumiu a presidência do Conselho da União Europeia acabou se tornando uma enorme dor de cabeça e irritando Vladimir Putin.
A proposta inicial era mostrar os passos do presidente Emmanuel Macron e de seu chanceler durante esse período, no entanto, a produção exibiu algumas conversas entre o líder francês e o presidente russo — o diálogo via telefone, que durou cerca de nove minutos, aconteceu apenas quatro dias antes da invasão à Ucrânia.
Com a exibição do documentário, nesta quarta-feira, 6, o chanceler russo Serguei Lavrov acusou a França de quebrar unilateralmente o sigilo das negociações entre os dois países.
A etiqueta diplomática não permite vazamentos unilaterais de [tais] gravações", declarou.
Conforme relata a RFI, na ocasião, Macron ligou para Putin na tentativa de impedir um possível conflito com a Ucrânia. "Gostaria que você me desse sua leitura da atual situação primeiro e talvez de forma bastante direta, como nós dois costumamos fazer, me dissesse quais são suas intenções".
"O que posso dizer? Você pode ver por si mesmo o que está acontecendo", responde o russo calmamente, fazendo referências às leis de Minsk, feitas após a anexação da Criméia, que seriam usados como base para manter a paz entre as nações do leste europeu.
Eu não sei onde seu jurista aprendeu Direito. Eu leio o texto e tento aplicá-lo. Eu não sei que jurista poderia lhe dizer que em um país soberano as leis são propostas por grupos separatistas e não por autoridades democraticamente eleitas", retrucou Macron, agora mais irritado.
O russo então aponta que o atual governo, de Volodymyr Zelensky, não foi eleito democraticamente e sim por meio de um violento golpe de estado. Ele ainda reclama que os separatistas pró-Rússia não são ouvidos como deveriam.
"Não queremos saber das propostas dos separatistas", rebate Macron, que promete arquitetar uma reunião para ambos se conciliarem: “Vou exigir isso de Zelensky”. Quatro dias depois, porém, a Rússia invade a Ucrânia e o encontro entre os dois jamais ocorre.
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