A grande obra de Machado de Assis foi mencionada com elogios ao autor e a tradução
Thiago Lincolins Publicado em 07/12/2020, às 08h37 - Atualizado às 08h38
Em junho desse ano, o site Aventuras na História noticiou que o famoso romance de Machado de Assis, Memórias Póstumas de Brás Cubas, recebeu uma edição em inglês que foi lançada nos Estados Unidos pela Penguim Classics.
Em apenas um dia, os exemplares foram esgotados. Além do aumento da fama do Bruxo do Cosme Velho no exterior, o fato ocorreu também com divulgação de texto de David Eggers — responsável pelo prefácio da edição — elogiando a obra brasileira no The New York Times.
Agora, em mais um feito do legado do autor brasileiro, a obra apareceu na lista ‘Principais livros do Times Critics de 2020’, feita por críticos literários através do jornal americano.
“Abaixo, os três críticos de livros diários do The New York Times - Dwight Garner, Parul Sehgal e Jennifer Szalai - compartilham suas ideias sobre seus favoritos entre os livros que revisaram este ano”, explica a matéria do site.
A versão traduzida da obra de Machado foi destacada ao lado de livros como: Disturbance: Surviving Charlie Hebdo, de Philippe Lançon e The Discomfort of Evening, de Marieke Lucas Rijneveld.
Além de elogiar a tradução do livro feita por Margaret Jull Costa e Robin Patterson, os críticos explicam que Assis “se encantou com a licença concedida pela ficção e a crítica social permitida apenas pela comédia”.
++ 5 obras de Machado de Assis que denunciavam a sociedade escravista
Sobre Memórias Póstumas de Brás Cubas
Memórias Póstumas de Brás Cubas (1881) é considerado o romance fundador do realismo brasileiro.
No livro, Machado descreve um narrador-cadáver que conta sua história em vida em que Brás é, ao mesmo tempo, o herói-protagonista e um verdadeiro cretino apoiador da inferiorização de parte da sociedade.
Seu filho, Fulgencio, é um trambiqueiro e agressor de escravos. O tempo todo, Machado descreve citações em que Brás Cubas demonstra as perversidades e os podres do cidadão fluminense que quer sucesso na vida da maneira mais prazerosa e menos custosa possível, sua amargura pessoal e seu pensamento escravocrata.
A mesma ironia com tom de denúncia está, por exemplo, em Quincas Borba (1891), quando o protagonista se sente constrangido em trocar seu escravo por um cozinheiro francês e um criado espanhol.
O problema não está na servidão, mas no fato de que Quincas não se sente confortável com os dois criados europeus. E ao vencedor, claro, as batatas.
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