Acusação parte de Arthur Smyth, que tinha apenas 11 anos quando foi violentado; ele vivia em Kincora, orfanato que possui histórico de abusos
Redação Publicado em 18/10/2022, às 10h23
Nesta semana, o tribunal de Belfast, na Irlanda do Norte, ouvirá alegações contra um membro da Família Real britânica que teria abusado de um menino em um orfanato na década de 1970.
A vítima em questão é Arthur Smyth, um antigo residente do orfanato Kincora — que se tornou palco de abusos sexuais de crianças na época. Smyth diz ter sido molestado por Lord Louis Mountbatten, tio do rei Charles III.
Segundo Kevin Winters, advogado do acusador, as acusações fazem parte de uma ação civil contra os órgãos estatais que administravam o orfanato de Kincora — visto que o casos ocorridos do local sofreram tentativa de encobrimento na época.
Ele alega ter sido abusado duas vezes aos 11 anos”, disse Winters.
Em 1979, Lord Mountbatten foi assassinado junto a outras três pessoas pelo Exército Republicano Irlandês (ou IRA na sigla em inglês), que detonou uma bomba em seu barco em Mullaghmore.
“É a primeira vez que alguém se apresenta para levar acusações contra Lord Mountbatten a um tribunal”, alega o advogado. “Ele [Arthur Smyth] entende muito bem que será um caso profundamente impopular”.
Entretanto, litígios envolvendo abuso mental, físico e sexual não são realizados para ofender deliberadamente sensibilidades. É feito por muitas razões, incluindo expor perpetradores e as instituições ou outras agências que ajudaram a suprimir a verdade”, completou.
Segundo a agência RTE, atualmente, Smyth vive na Austrália. Em uma recente entrevista ao veículo local Sunday Life Newspaper, ele apontou que foi abusado por Mountbatten em 1977, mas que só soube quem era seu algoz dois anos depois, quando as noticiais sobre seu assassinato ganharam o mundo.
A polícia norte-irlandesa também faz parte da denúncia por não ter investigado adequadamente as acusações sobre o orfanato na época — visto que os primeiros casos de abuso começaram a surgir no início dos anos 1970.
Em 2017, uma investigação pública relatou uma série de abusos cometidos por diversas instituições ao longo dos anos. Com isso, descobriu-se que, ao menos, 39 meninos foram abusados em Kincora e que o Estado não fez nada para impedir os atos.
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