As chuvas aumentaram consideravelmente durante episódios nucleares, mesmo em lugares distantes do epicentro
Penélope Coelho Publicado em 14/05/2020, às 11h07
De acordo com um estudo realizado pela Universidade de Reading, a radiação nuclear como resultado do período de testes de armas na Guerra Fria pode ter conduzido uma mudança no padrão de chuvas no Reino Unido — a milhares de quilômetros do deserto de Nevada, onde os testes eram feitos.
Os testes realizados no início da década de 1960, pelos Estados Unidos, podem ter ido além do que era imaginado. Os pesquisadores analisaram um compilado de dados sobre chuvas do observatório de Shetland, na Escócia. A partir disso, puderam observar que as nuvens no período de testes nucleares ficavam mais espessas nessa região. Além disso, quando choveu, houve um aumento de 24% no volume de pancadas de água.
Os cientistas analisaram dados dos testes das bombas nos Estados Unidos e compararam com os registros meteorológicos em Kew, distrito na Inglaterra, no município escocês de Lerwick e finalmente nas ilhas Shetland.
De acordo com o artigo publicado pela Physical Review Letters, os pesquisadores acreditam que a carga de radioatividade nas gotas de água foi responsável pelo aumento das chuvas. Embora os testes não tenham sido realizados nem perto do Reino Unido, a radiação se espalhou na atmosfera.
Para o principal autor do estudo, Giles Harrison, as chuvas que aconteceram em Shetland, durante o período de experiência nuclear, foi base para uma pesquisa sobre como cargas elétricas podem afetar as nuvens, desenvolvendo uma melhor compreensão dos processos climáticos alterados pelo homem.
Segundo Harrison, as chuvas em Shetland, só aconteceram daquela maneira no período de lançamento de bombas nucleares e acabaram logo depois. Agora, o objetivo de Giles é continuar explorando o feito de cargas elétricas em tempestades, para impedir que tragédias aconteçam, como, por exemplo, secas, ou inundações.
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