Queima de instrumentos ocorreu no último sábado, 29, na província afegã de Herat
Giovanna Gomes Publicado em 01/08/2023, às 12h01
O grupo fundamentalista Talibã — que atualmente se encontra no poder no Afeganistão — queimou uma série de instrumentos musicais no último sábado, 29, alegando que a música causa "corrupção moral". A fogueira, que destruiu milhares de dólares em instrumentos, foi montada na província ocidental de Herat.
Desde que retomou o poder em 2021, o grupo tem imposto inúmeras restrições aos afegãos, o que inclui a proibição de tocar música em público.
Essas ações, no entanto, têm sido amplamente condenadas por líderes culturais e músicos afegãos. É o caso de Ahmad Sarmast, fundador do Instituto Nacional de Música do Afeganistão, que comparou o posicionamento dos líderes políticos a "genocídio cultural e vandalismo musical".
“Ao povo do Afeganistão foi negada a liberdade artística. A queima de instrumentos musicais em Herat é apenas um pequeno exemplo do genocídio cultural que está ocorrendo no Afeganistão sob a liderança do Talibã”, disse Sarmast, que hoje vive em Portugal, à BBC.
Vale destacar que, entre os itens incendiados, estavam uma guitarra e uma tabla, que é uma espécie de bateria, além de amplificadores e alto-falantes. Como mencionou o portal Veja, muitos desses instrumentos foram apreendidos em locais de casamentos na cidade.
Um funcionário do Ministério do Vício e da Virtude do Talibã afirmou à BBC que a música pode desviar os jovens. Além disso, em 19 de julho, uma outra fogueira de instrumentos foi organizada pelo Talibã, e fotos do incêndio foram postadas no Twitter pelo governo, embora não tenha sido especificado em qual parte do país ocorreu esse ato.
Com cenas inéditas, 'Calígula' volta aos cinemas brasileiros após censura
Jornalista busca evidências de alienígenas em documentário da Netflix
Estudo arqueológico revela câmara funerária na Alemanha
Gladiador 2: Balde de pipoca do filme simula o Coliseu
Túnica atribuída a Alexandre, o Grande divide estudiosos
Quebra-cabeça: Museu Nacional inicia campanha para reconstruir dinossauro