Lee Choon-shik, no centro, é o único ex-operário sobrevivente - Kim Hong-Ji
Segunda Guerra

Sul-coreanos serão indenizados por trabalho forçado durante a Segunda Guerra

O governo do Japão se revoltou com a decisão tomada pela Suprema Corte da Coreia do Sul

Letícia Yazbek Publicado em 07/11/2018, às 14h40 - Atualizado às 17h16

No último dia 30 de outubro, o principal tribunal da Coreia do Sul determinou que a empresa japonesa Nippon Steel & Sumitomo Metal Corp precisa indenizar quatro sul-coreanos que foram submetidos a trabalhos forçados entre 1941 e 1943, durante a Segunda Guerra Mundial.

A Suprema Corte confirmou uma ordem de 2013, que estabelecia que a siderúrgica deveria pagar 100 milhões de won – o equivalente a 88 700 dólares – a cada um dos homens, que iniciaram a ação em 2005.

A Coreia do Sul foi uma colônia japonesa de 1910 até a rendição do Japão na Segunda Guerra, em 1945. Acordos feitos entre os países após a guerra acataram pedidos de indenização devido às conquistas coloniais do Japão. No entanto, a Suprema Corte entende que esses acordos não anulam o direito dos ex-operários à indenização.

A decisão fez com que antigos ressentimentos viessem à tona, ameaçando as relações entre Coreia do Sul e Japão. Em um discurso no Parlamento em Tóquio, Shinzo Abe, o primeiro-ministro japonês, afirmou que a questão já havia sido resolvida em um tratado de 1965, que normalizou os laços diplomáticos entre os países. “Este veredito é uma decisão impossível à luz da lei internacional”, disse.

Já o ministro das Relações Exteriores, Taro Kono, afirmou que a ordem “subverteu fundamentalmente a base legal de uma amizade bilateral desde a normalização dos laços”.

Em uma coletiva de imprensa, Lee Choon-shik, o único sobrevivente entre os ex-operários que moveram a ação, disse que “lhe partiu o coração ver a decisão hoje, sendo o único ainda vivo”.

Segunda Guerra Mundial Coreia do sul Japão Shinzo Abem Taro Kono trabalho forçado indenização Lee Choon-shik corte

Leia também

Com cenas inéditas, 'Calígula' volta aos cinemas brasileiros após censura


Jornalista busca evidências de alienígenas em documentário da Netflix


Estudo arqueológico revela câmara funerária na Alemanha


Gladiador 2: Balde de pipoca do filme simula o Coliseu


Túnica atribuída a Alexandre, o Grande divide estudiosos


Quebra-cabeça: Museu Nacional inicia campanha para reconstruir dinossauro