Pertencente à civilização Chimú, inimigos dos incas, sítio arqueológico revelou um massivo e violento evento de matança ritual
Fábio Marton Publicado em 27/04/2018, às 12h25 - Atualizado às 15h26
Mais de 140 crianças. E 200 lhamas. A escavação começou em 2011 no que até então era conhecido como o sítio de Huanchaquito-Las Llamas, em Trujillo, Peru, após moradores notarem que os ossos estavam brotando das dunas e avisarem aos arqueólogos, que escavavam um templo não relacionado, bem mais antigo, por perto. E foi publicada com exclusividade ontem pela National Geographic, que patrocionou o trabalho dos arqueólogos Gabriel Prieto, da Universidade Nacional de Trujillo e John Verano, da Tulane University (EUA).
Os ossos foram achados perto da antiga cidade de Chan Chan, a capital do Império Chimú, que durou quase 600 anos e, em seu auge, dominaram as costas do Peru do atual Equador até Lima, até sua conquista pelos Incas, em 1470. Datam de 20 anos antes da conquista, por volta de 1450.
Os restos das crianças, que variam entre 5 e 14 anos, e os das lhamas apresentam cortes no osso esterno e deslocamento de costela, o que sugere que tiveram seus corações arrancados. Um homem e duas mulheres também foram achados nas proximidades, estes com sinais de ataques com objeto contundente à cabeça, mortos por alguma coisa como uma clava. A ideia dos arqueólogos é de que participaram de alguma forma do ritual e foram executados — não ritualmente — logo depois.
O maior sacrifício infantil conhecido até hoje havia sido encontrado na Cidade do México, na antiga capital asteca de Tenochtitlán, com 42 crianças mortas para o deus Tlaloc na Grande Pirâmide. Em 1997, outro sacrifício dos Chimú foi revelado, esse com 200 mortos adultos, 100 anos antes do agora descoberto.
Com cenas inéditas, 'Calígula' volta aos cinemas brasileiros após censura
Jornalista busca evidências de alienígenas em documentário da Netflix
Estudo arqueológico revela câmara funerária na Alemanha
Gladiador 2: Balde de pipoca do filme simula o Coliseu
Túnica atribuída a Alexandre, o Grande divide estudiosos
Quebra-cabeça: Museu Nacional inicia campanha para reconstruir dinossauro