O projeto foi apresentado por Álvaro Dias e poderá ser relembrado anualmente
Wallacy Ferrari Publicado em 27/04/2022, às 16h02
O Senado aprovou um projeto de lei, proposto pelo senador paranaense Álvaro Dias (Podemos-PR), reconhecendo, a nível diplomático, o Holodomor, episódio que culminou no extermínio de milhões de ucrânianos entre os anos de 1932 e 1933 devido ao período de fome generalizado causado na União Soviética.
A proposta ainda solicita que o período seja relembrado em território nacional sempre no quarto sábado de novembro, anualmente, sendo um ato de apoio não apenas ao povo ucraniano em meio a um período nebuloso de conflitos contra a Rússia, como também compreendendo historicamente o genocídio.
O projeto, que agora deverá ser encaminhado para votação na Câmara dos Deputados, teve o senador Oriovisto Guimarães (Podemos-PR) como relator, que afirmou ao portal da Agência Brasil que o ato de relembrar o Holodomor é uma forma de "não permitir que esse crime se repita".
Holodomor foi um dos mais trágicos episódios da gestão stalinista na antiga União Soviética. Com uma política intervencionista, Stalin cessou o fornecimento de grãos na Ucrânia, o que desencadeou uma grave crise alimentícia no país entre 1932 e 1933, levando a população a viver em condições sórdidas.
No entanto, é importante ter em mente que não existem provas de que se tratou de um genocídio arquitetado propositalmente, como muitos afirmam. O debate em torno do assunto é extenso.
Muitos historiadores ainda não estão convencidos de que a morte dos ucranianos pela fome tenha sido intencional, premeditada. Todos concordam que foi uma tragédia humanitária, mas sem a certeza da intenção de matar, existem uma cautela para defini-lo como genocídio", explicou Vincíus Liebel, professor de História Contemporânea da Universidade Federal do Rio de Janeiro à equipe da versão imprensa da Aventuras na História.
O caso ocorreu em pleno desenvolvimento do Primeiro Plano Quinquenal de Stalin, que focou na coletivização das terras e planificação da economia, com o estabelecimento de terras públicas expropriadas da elite agrária da região. O projeto fundiário serviria para a constituição de excedentes que financiariam a industrialização do país.
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