Sandália romana descoberta na Espanha - Divulgação/Esperanza Martín
Arqueologia

Sandália romana de 2 mil anos é encontrada em poço na Espanha

Descoberta em assentamento romano no norte da Espanha, sandália foi preservada por milênios sob lama

Redação Publicado em 26/10/2023, às 11h17 - Atualizado em 27/10/2023, às 18h05

Escavações no assentamento arqueológico romano de Lucus Asturum, no norte da Espanha, revelaram um objeto que chamou bastante atenção de pesquisadores: uma antiga sandália de 2 mil anos. O calçado teria pertencido a um trabalhador que escavava o poço onde o objeto foi encontrado, que o teria deixado cair.

De acordo com o Live Science, o que mais despertou interesse nos arqueólogos foi o acabamento e o nível de detalhes da sandália. Sua sola é "decorada com uma profusão de círculos, laços, ovais e outros padrões e é feita de couro marrom escuro", conforme detalha a arqueóloga principal da escavação, Esperanza Martín Hernández, ao WordsSideKick.com via e-mail. As descobertas foram divulgadas no dia 6 de setembro pelo projeto Ástures de divulgação histórica.

A preservação do calçado, por sua vez, só foi possível graças à abundância de lama no fundo do poço, que tornou aquele ambiente praticamente anaeróbico: "Na Espanha e no resto do Império Romano é realmente raro encontrar as circunstâncias para a preservação de material orgânico em tão boas condições", explica Esperanza Hernández. "Todos os materiais orgânicos permaneceram intactos por 2 mil anos graças precisamente a essa falta de oxigênio."

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Poço onde antiga sandália romana foi descoberta / Crédito: Divulgação/Esperanza Martín

 

Outros artefatos

De acordo com o jornal espanhol El País, o sítio de Lucus Asturum era conhecido, nos séculos 1 e 2 d.C., especialmente por ser um importante centro de comunicações e administrativo romano. Foi lá também que o famoso astrônomo, matemático e geógrafo grego Ptolomeu escreveu sua obra 'Geografia'.

Visto isso, outros achados relevantes foram feitos no local, além da sandália. Entre eles estão potes de cerâmica, sementes, nozes, cascas, um anel de metal, um colar, contas e um vaso de bronze.

"Tivemos também a sorte de recuperar vários aterros da casa, de modo que agora temos um conhecimento completo dos seus utensílios domésticos: louças de vidro, sigillata [louça] gaulesa e hispânica, cerâmica fina de paredes finas do sul da Gália, pratos refratários, utensílios comuns, cerâmica local, joias, moedas e ferramentas de trabalho", acrescenta Hernández. "Em suma, quase tudo o que nos permite fazer uma boa reconstrução de como deve ter sido esta casa no início do período imperial."

Fotografia da residência romana escavada na Espanha / Crédito: Divulgação/Esperanza Martín

 

Apesar de não se possuir registros que identifiquem as pessoas que viviam no local, a arqueóloga acredita que "estamos perante pessoas com elevado poder de compra, pois os materiais que recuperamos apresentam um elevado nível de comércio."

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