Infeliz frase foi dita durante marcha negacionista
Fabio Previdelli Publicado em 27/01/2022, às 13h13
Robert Francis Kennedy Jr. causou polêmica nos últimos dias após um discurso antivacina que incluía a jovem judia Anne Frank, uma das vítimas mais conhecidas do Holocausto pela publicação póstuma de seu diário.
Na ocasião, RFK Jr. declarou que Frank tinha mais liberdade para se esconder dos nazistas do que as pessoas têm hoje em razão das políticas sanitárias vigentes nos Estados Unidos.
Mesmo na Alemanha de Hitler, você poderia cruzar os Alpes para a Suíça. Você poderia se esconder em um sótão como Anne Frank fez”, disse em discurso na marcha antivax Defeat the Mandates.
Após inúmeras críticas, inclusive de membros do clã dos Kennedy, Robert Kennedy Jr. usou as redes sociais na última terça-feira, 25, para se desculpar pela fala, da qual diz lamentar “profundamente”.
"Peço desculpas pela minha referência a Anne Frank, especialmente às famílias que sofreram os horrores do Holocausto. Minha intenção era usar exemplos de barbárie do passado para mostrar os perigos das novas tecnologias de controle. Na medida em que minhas observações causaram mágoa, lamento verdadeira e profundamente."
I apologize for my reference to Anne Frank, especially to families that suffered the Holocaust horrors. My intention was to use examples of past barbarism to show the perils from new technologies of control. To the extent my remarks caused hurt, I am truly and deeply sorry.
— Robert F. Kennedy Jr (@RobertKennedyJr) January 25, 2022
Anne Frank é uma das figuras mais emblemáticas da Segunda Guerra Mundial. Através de seu diário, a pequena judia, entusiasta da leitura e da escrita, confessava seus pensamentos, registrava sua rotina e compartilhava seus medos. Seus relatos, anos depois, se tornariam uma das obras mais lidas de todo o mundo.
"Espero poder confiar inteiramente em você, como jamais confiei em alguém até hoje, e espero que você venha a ser um grande apoio e um grande conforto para mim”, escreveu em uma das páginas de Kitty, nome que ela deu a seu livro de registros pessoais.
Em pouco mais de dois anos, Frank contou detalhes de sua vida e também como era viver com medo de oficiais de Hitler, da morte e do destino iminente — e incerto. Além de toda a tensão, Anne também guardava um espaço para piadas, os relatos de um amor não correspondido e o cotidiano de sua família.
As escritas da garota datam até o dia 1º de agosto de 1944, três dias antes dela e de sua família ser descoberta e levada até o campo de concentração de Auschwitz, na Polônia, que era comandado pelos alemães nazistas.
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