“É raro encontrar fósseis na cidade, porque estavam todos cobertos por prédios”, explicou arqueóloga
Redação Publicado em 20/07/2022, às 11h50
Um restaurante situado em Leshan, na província de Sichuan, ao sudoeste da China, revelou pegadas de dinossauros que remontam de pelo menos 100 milhões de anos atrás, identificadas no seu pátio ao ar livre.
O local era usado como um galinheiro antes de o estabelecimento ser aberto, o que fez com que as pegadas fossem protegidas da erosão e dos danos causados pelo clima por estarem enterradas sob camadas de terra e areia.
A equipe da paleontóloga e professora associada da Universidade de Geociências da China, Lida Xing, foi responsável por examinar os poços de pedra que guardavam as pegadas.
Segundo a CNN, a descoberta paleontológica só foi possível porque o dono do restaurante havia gostado da aparência natural da pedra irregular que protegia a pegada, fazendo com que ela não fosse nivelada com cimento e fosse mantida intocada.
Assim, “essas pegadas foram bem protegidas”, explicou Xing. “Quando fomos lá, descobrimos que as pegadas eram muito profundas e bastante óbvias, mas ninguém havia pensado [nessa possibilidade]”, acrescentou.
Os pesquisadores confirmaram no último sábado, 16, a partir de um scanner 3D, que tratam-se de pegadas de dois saurópodes, dinossauros que habitaram a região no começo do período Cretáceo e chegavam ao tamanho de três ônibus escolares.
“Essa descoberta é realmente como um quebra-cabeça, adicionando uma evidência ao período Cretáceo de Sichuan e à diversidade de dinossauros”, afirmou Xing.
O local onde foram encontradas as pegadas foi isolado pelo proprietário do restaurante para que pudesse ser preservado, evitando que os clientes pisassem no tesouro do passado. Ele também espera construir um galpão na área.
Para a pesquisadora, isso mostra o interesse crescente das pessoas na ciência, em meio à dificuldade de exercer a paleontologia no rápido desenvolvimento tecnológico da China. “É raro encontrar fósseis na cidade, porque estavam todos cobertos por prédios”, explicou.
“Se fosse 10 anos atrás, ninguém me enviaria fotos de dinossauros suspeitos [fósseis ou pegadas], adicionou. “Mas agora, recebo algumas de cidadãos normais e confirmo várias pegadas de dinossauros todos os anos.”
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