Em discurso feito nesta terça-feira, 21, à elite política e militar russa, Putin anunciou a suspensão da participação do país no New START
Éric Moreira, sob supervisão de Fabio Previdelli Publicado em 21/02/2023, às 12h07
Vladimir Putin, o atual presidente da Rússia, declarou nesta terça-feira, 21, a suspensão da participação russa no último tratado de controle de armas nucleares existente entre o país e os Estados Unidos — o New START, assinado em 2010. O anúncio foi feito durante um discurso do líder político às elites militar e política russas.
Além disso, Putin também anunciou que passaria a ser disponível no território russo um novo tipo de armamento, mas sem especificar suas funcionalidades e nem mesmo se consiste em uma arma nuclear ou não. De qualquer forma, a mensagem é vista pelo governo norte-americano como uma ameaça que merece atenção.
Para reforçar a decisão, o líder russo também disse que pessoas em Washington ponderavam retomar os testes nucleares, e que, por isso, o Ministério da Defesa da Rússia deve permanecer atento para que armas nucleares sejam utilizadas, se necessário:
É claro que não faremos isso primeiro. Mas se os Estados Unidos realizarem testes, então nós o faremos. Ninguém deve ter ilusões perigosas de que a paridade estratégica global pode ser destruída."
Em seguida, Putin prometeu continuar com a "operação militar" na Ucrânia, que completará um ano na próxima sexta-feira, 24, além de acusar a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), que é liderada pelos Estados Unidos, de ser a responsável pelo início do conflito.
"Há uma semana, assinei um decreto sobre a colocação de novos sistemas estratégicos terrestres em serviço de combate. Eles vão enfiar o nariz deles lá dentro também, ou o quê? Eles acham que tudo é tão simples assim? Que vamos deixá-los entrar lá assim?", disse o líder russo no discurso.
Em resposta ao pronunciamento de Vladimir Putin, o secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, lamentou a decisão russa e pediu que o líder reconsiderasse a decisão: "Mais armas nucleares e menos controle tornam o mundo mais perigoso", afirmou.
Ademais, Antony Blinken, secretário de Estado dos EUA, disse que o anúncio de Putin era infeliz e irresponsável. "Estaremos observando atentamente para ver o que a Rússia realmente faz. É claro que nos certificaremos de que, em qualquer caso, estejamos posicionados adequadamente para a segurança de nosso próprio país e de nossos aliados", contou, como informado pelo g1.
O tratado New START era, até então, o último remanescente entre Rússia e Estados Unidos, responsável por limitar o número de ogivas nucleares estratégicas que ambos os países poderiam implantar em mísseis e outros armamentos. Ele entrou em vigor em 2011, tendo sido assinado no ano anterior, 2010, pelos então presidentes Barack Obama e Dmitry Medvedev.
Com ele, as duas potências se comprometeram a não implantar mais de 1.550 ogivas nucleares estratégicas e 700 mísseis e bombardeiros de longo alcance. Além disso, inspetores de ambos os países podem ter acesso a esses armamentos de outro, para garantir que o tratado esteja sendo respeitado por ambos os lados.
Porém, as inspeções foram suspensas em março de 2020, em decorrência da pandemia de Covid-19, de forma que a confiança entre as nações foi se minando. Então, em novembro do ano passado, quando deveria ocorrer outro desses encontros, a Rússia adiou e nenhum dos dois lados estabeleceu uma nova data.
Vale lembrar ainda, por fim, que a Rússia e os Estados Unidos juntos possuem mais de 90% de todo o armamento nuclear que pode ser encontrado em todo o mundo, e por isso ambos os lados sempre enfatizam que uma guerra entre as potências nucleares deve ser evitada a qualquer custo, pois traria consequências devastadoras à humanidade.
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