Conhecido como himenoplastia, o procedimento controverso é feito com o intuito de “restaurar a virgindade”
Isabela Barreiros Publicado em 25/01/2022, às 14h50
Uma emenda adicionada ao projeto de saúde e cuidados da Grã-Bretanha criminalizará a cirurgia himenoplastia, conhecida sob a promessa de “restaurar a virgindade” ao reconstruir o hímen.
O novo projeto de lei foi introduzido pelo governo britânico após uma consulta a um painel independente de especialistas, que alertaram para o fato de que o procedimento nunca pode ser feito sob justificativa de saúde e não tem lugar no mundo médico.
A prática é realizada em dezenas de clínicas, hospitais privados e farmácias, com ou sem o consentimento das jovens, o que vem gerando pressão de ativistas que pedem pela proibição da cirurgia, como reportou o jornal The Guardian.
Na himenoplastia, o tecido cicatricial é usado para a construção de um hímen “falso” no intuito de fazer a pessoa sangrar na próxima relação sexual, considerada uma forma de violência contra as mulheres.
“Temos feito campanha pela proibição do teste de virgindade e da himenoplastia ao lado de instituições de caridade de saúde e direitos da mulher, pois são formas inextricavelmente ligadas de violência contra mulheres e meninas”, afirmou Edward Morris, presidente do Royal College of Obstetricians and Gynaecologists.
“Queremos enviar uma mensagem clara aos profissionais de saúde de que nenhuma prática tem lugar no mundo médico e não deve ser realizada em nenhuma circunstância. Informaremos o Conselho Geral de Medicina se tomarmos conhecimento de alguém realizando esses procedimentos, para que possam tomar as medidas cabíveis”, acrescentou.
Segundo Diana Nammi, diretora executiva da Organização dos Direitos das Mulheres do Irã e Curdos, “toda mulher e menina que enfrenta essa cirurgia invasiva [o faz] sob coação, direta ou indireta, para se apresentar como 'virgem' e, em muitos casos, é realizado para possibilitar um casamento forçado, organizado por sua família”.
“A himenoplastia causa trauma e, em cerca de metade dos casos, não faz a mulher ou menina sangrar na próxima vez que tiver relações sexuais, deixando-a altamente vulnerável a abusos baseados em 'honra' ou até mesmo assassinatos de 'honra'”, completou.
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