Centro do fóssil em questão - Malton Fraga/Labpaleo-UFPR/Acervo
Arqueologia

Processo geológico raro preservou fósseis no Paraná de seres que viveram há 400 milhões de anos

A descoberta foi divulgada na última quarta-feira, 4, no portal ciência UFPR, e já foi registrada em uma revista científica

Redação Publicado em 05/10/2023, às 17h54

No Paraná, cientistas da Universidade Federal do estado, a UFPR, relataram um processo geológico raro que preservou fósseis em rochas, de seres que viveram há 400 milhões de anos, de ofiuroides, equinodermos próximos da estrelas-do-mar. A descoberta, divulgada pelo portal ciência UFPR na última quarta-feira, 4, foi registrada na revista Journal of South American Earth Sciences.

Encontrados em 2020 em amostras de rochas do Período Devoniano, na região de Ponta Grossa, cidade no Paraná, os fósseis são raros no país pelo fato de serem animais frágeis, que para a fossilização, exigem condições excepcionais. 

Além disso, nos ofiuroides fossilizados coletados para a análise, encontrou-se uma película rica em carbono, que tinha uma tonalidade escura. Por meio disso, os pesquisadores puderam se aprofundar em detalhes da anatomia das seguintes espécies extintas: Encrinaster pontis e Marginix notatus.

Segundo repercutiu a revista Galileu, a preservação dos fósseis de equinodermos aconteceu por carbonificação. Tal fenômeno, até o momento, não havia sido registrado em nenhum fóssil desse tipo de animal. O processo se deu após um soterramento, ou seja, quando partes do corpo vivo do animal foram comprimidas por uma força maior. 

Outros detalhes 

A carbonificação consegue preservar resquícios das partes moles do ser vivo. Além disso, fósseis com membros e traços moles foram registrados somente em algumas regiões do mundo. Malton Carvalho Fraga, pesquisador responsável pela descoberta, que realizou o estudo como parte do trabalho de conclusão do curso de Geologia na UFPR, disse:

Além da ótima qualidade de preservação, alguns desses ofiuroides também registram evidências de predação; algo muito raro, mas que nos dá a oportunidade de entender mais sobre os predadores desses animais ao longo da história do planeta”.
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