Presidente de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa acredita que o país deveria se desculpar pelo passado escravocrata
Redação Publicado em 26/04/2023, às 08h48
Na última terça-feira, 25, durante a comemoração anual feita em Portugal da revolução dos "cravos", de 1974 — que derrubou a ditadura no país —, o presidente português, Marcelo Rebelo de Sousa, afirmou que o país deveria se desculpar e também assumir a responsabilidade sobre seu papel desempenhado no comércio transatlântico de escravos, no passado.
A fala, por sua vez, é pautada em tudo que Portugal fez entre os séculos 15 e 19, sendo esta nação a reponsável por ter sequestrado e transportado à força mais de 6 milhões de africanos, vendendo-os como escravos, sendo esta mão-de-obra utilizada até aqui, no Brasil. No entanto, ainda hoje esse olhar sobre a nação lusa não é ensinado nas escolas, de forma que o processo escravatório pode ser visto como impactante até os dias de hoje.
Pelo contrário, esse período colonial do país ainda é visto, por muitos portugueses, como um motivo de orgulho, com toda a expansão territorial e difusão da língua. Com a fala recente, Marcelo Rebelo de Sousa foi o primeiro líder português a sugerir um pedido de desculpas.
"Pedir desculpas às vezes é a coisa mais fácil de fazer: você pede desculpas, vira as costas e o trabalho está feito", disse Rebelo. Na ocasião, ainda acrescentou que o país deve "assumir a responsabilidade" sobre seu passado, para que possa construir um futuro melhor.
De acordo com texto de Catarina Demony na Reuters e repercutido pelo UOL, Paula Cardoso, fundadora da Afrolink — plataforma online para profissionais negros —, alegou que as observações de Rebelo, embora "simbólicas", foram importantes. "Eu gostaria de ouvir algo mais concreto do presidente", disse. "Para ter algum impacto, essas reflexões... devem ser acompanhadas de medidas e compromissos."
As declarações foram feitas depois que o atual presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, realizou sua primeira viagem à Europa, bem à Portugal. Além disso, Silvio Almeida, ministro dos Direitos Humanos do Brasil, também se posicionou:
Nós continuamos sofrendo no Brasil os reflexos de uma herança da escravidão", disse em comunicado. "Reconhecer a exploração dos milhões de escravizados durante mais de 300 anos, é um passo para caminharmos em relação a uma sociedade menos desigual
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