Medida foi imposta por meio de um decreto, como maneira provocativa de alertar sobre a grave falta de serviços de saúde na região
Felipe Sales Gomes, sob supervisão de Fabio Previdelli Publicado em 08/01/2025, às 16h20
Os habitantes de Belcastro, uma pequena vila situada no sul da Calábria, uma das regiões mais empobrecidas da Itália, receberam uma "ordem" inusitada: evitar contrair doenças que possam exigir atendimento médico de emergência.
A medida foi imposta por meio de um decreto do prefeito Antonio Torchia, como uma maneira provocativa de alertar sobre a grave falta de serviços de saúde na região.
Além de instruir a população a evitar riscos à saúde e se envolver em acidentes, o decreto aconselha os moradores a ficarem em casa o máximo possível, não viajarem nem praticarem esportes. Também foi orientado que se abstenham de comportamentos prejudiciais à saúde e tomem cuidado com acidentes domésticos.
Embora Torchia tenha afirmado que a medida é uma "provocação humorística", ela tem sido uma forma eficaz de chamar a atenção para a crise de saúde enfrentada pela vila. O prefeito explicou à mídia local que a situação é séria e que a portaria busca alertar sobre a falta de infraestrutura médica na área, especialmente em emergências.
Ainda não se sabe como essas diretrizes serão aplicadas, mas Torchia deixou claro em entrevista à TV italiana que a situação é muito mais do que uma simples brincadeira.
Isso não é apenas uma provocação", afirmou. "É um pedido de ajuda, uma forma de denunciar uma situação inaceitável".
Belcastro enfrenta uma realidade difícil devido à sua localização remota. O atendimento de emergência não está disponível à noite ou em feriados, e a clínica local costuma estar fechada.
O hospital mais próximo, em Catanzaro, está a cerca de 45 quilômetros de distância, o que torna o acesso a cuidados médicos uma verdadeira corrida contra o tempo, especialmente para a população idosa da vila.
Cerca de 50% dos 1.200 moradores de Belcastro têm mais de 65 anos, o que torna o acesso a serviços médicos ainda mais urgente. Desde 2009, 18 hospitais na região foram fechados, forçando os residentes a buscar ajuda fora da área.
Torchia alertou que, sem serviços essenciais, vilas como Belcastro correm o risco de desaparecer em uma década. "Se não oferecerem cuidados médicos adequados, essas cidades vão morrer nos próximos 10 anos", concluiu o prefeito.
Leia também: Durante velório, família descobre que corpo era de outra mulher
Gripe Aviária pode ser uma nova pandemia?
Primeiro-ministro da Bélgica sofre tentativa de assassinato com estricnina
Los Angeles: Incêndio devasta escola que foi cenário de 'Carrie, A Estranha'
A Queda de Diddy: veja trailer de nova série investigativa sobre o rapper
Suposto líder da Yakuza se declara culpado nos EUA por tráfico nuclear
11 de setembro: Suposto mentor do atentado pode ter nova reviravolta no caso