"Tenho medo que percam o coração", diz cineasta português
Redação Publicado em 23/05/2022, às 18h00
Após demonstrar interesse em fazer a solicitação do translado do coração de Dom Pedro 1º para celebração dos 200 anos da Independência, o governo brasileiro chamou atenção de portugueses. Segundo eles, o órgão é muito frágil para transporte, além de haver receio de perda por parte dos brasileiros.
O coração do antigo imperador do Brasil — considerado herói pela população de Porto, cidade portuguesa — se encontra guardado sob máximo cuidado na Irmandade de Nossa Senhora da Lapa desde 1835.
O local foi escolhido por sua filha, a rainha de Portugal Dona Maria, pois era onde seu pai assistia às missas militares, para atender ao pedido do testamento de Dom Pedro: o seu coração deveria ficar guardado em Porto, e seus ossos enviados ao Brasil.
Segundo o cineasta português Miguel Gonçalves Mendes — diretor do documentário "José e Pilar" e última pessoa a filmar e fotografar o coração, em 2015 —, transportar o órgão para o Brasil representa um perigo.
"Tenho medo que percam o coração", diz. "Entendo o simbolismo, foi Dom Pedro quem proclamou a independência do Brasil. Mas é um governo que deixa incendiar o Museu Nacional, a Cinemateca, que não cuida dos seus bens mais preciosos."
Antes do atual episódio, um grupo de cientistas brasileiros havia feito um pedido de envio do coração do antigo Imperador para pesquisas. Segundo Paulo Saldiva, responsável pelo projeto e professor da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, o objetivo seria extrair uma amostra milimétrica do miocárdio para descobrir a causa da morte de Dom Pedro.
O pedido foi negado no momento, mas atualmente, com a possibilidade da vinda do órgão para o Brasil, Saldiva alimenta esperanças de conseguir realizar a pesquisa.
Com cenas inéditas, 'Calígula' volta aos cinemas brasileiros após censura
Jornalista busca evidências de alienígenas em documentário da Netflix
Estudo arqueológico revela câmara funerária na Alemanha
Gladiador 2: Balde de pipoca do filme simula o Coliseu
Túnica atribuída a Alexandre, o Grande divide estudiosos
Quebra-cabeça: Museu Nacional inicia campanha para reconstruir dinossauro