Uma cerimônia majestosa e importante foi realizada neste sábado, 3, e transmitida na TV egípcia
Redação Publicado em 03/04/2021, às 20h42 - Atualizado em 04/04/2021, às 14h34
No último sábado, 3, o Egito surpreendeu o mundo após um evento chamado 'desfile de ouro'. Durante o episódio, um total de 22 múmias de antigos faraós foram transferidas do Museu Egípcio até o Museu Nacional da Civilização Egípcia, que será inaugurado hoje, 4.
Através do esplendido evento, os restos mortais de importantes membros da civilização - 18 reis e quatro rainhas - que prosperaram às margens do Nilo, um esquema de segurança foi montado, além dos carros, que contaram com nitrogênio e um mecanismo que seria capaz de impedir maiores impactos. Tudo foi feito para que o desfile pudesse ocorrer de maneira segura.
De Seqenenre Tao a Ramessés 9º: os faraós foram transferidos numa cerimônia vibrante que contou até mesmo com música ao vivo e carruagens que remetiam ao período da antiga civilização.
Mas por que o evento foi realizado? Por que os faraós foram transferidos?
Bom, durante um papo com a agência de notícias AFP, divulgado na última quinta-feira, 1º, o arqueólogo Zahi Hawass, levantou um ponto importante sobre a exibição das múmias no Museu Egípcio.
Ele explicou que mais de uma vez, visitantes falaram do clima 'macabro' que ronda as múmias. Foi durante essa conversa que fora revelado que a Princesa Margaret, irmã da monarca Elizabeth II, acabou tomando um susto quando se deparou com os antigos restos mortais: 'ela fechou os olhos e saiu correndo', explicou Zahi.
Assim, a cerimônia seria uma oportunidade de apresentar os membros das antigas dinastias de uma maneira bonita. "Pela primeira vez, as múmias serão apresentadas de uma maneira bonita, para fins educacionais", afirmou Zahi a agência AFP.
Conforme repercutido pelo portal de notícias G1, Zahi também ressaltou a importância da escolha em levar os restos mumuficados para o museu que será inaugurado. "Escolhemos [levar as peças para] o Museu da Civilização porque queremos, pela primeira vez, mostrar as múmias de uma forma civilizada, educada, e não só para diversão, como era o caso do Museu Egípcio", disse o profissional.
Já Salima Ikram, que é egiptólogo da Universidade Americana no Cairo, reforçou a importância do evento diante do passado desses nomes. "Esses são os reis do Egito, são faraós, e essa é uma forma de mostrar respeito", explicou Salima, conforme repercutido pelo portal de notícias G1.
Todos os anos, o Egito surpreende amantes de arqueologia ao redor do mundo com a divulgação de relevantes descobertas arqueológicas. De fato, essa atividade é um dos fatores que move o turismo no país.
Contudo, desde 2011, diante da turbulenta saga da política local, o turismo foi afetado, fazendo com que o Egito buscasse maneiras de trazer de volta os estrangeiros, que são surpreendidos com informações sobre o passado da civilização. A situação piorou com a pandemia do novo coronavírus, que impediu a visita de turistas.
Conforme repercutido pelo site DW, o Museu Nacional da Civilização Egípcia contou com pequenas exposições em 2017, no entanto, será finalmente aberto ao público a partir de amanhã, 4. Foi através da majestosa cerimônia que os restos mortais do faraó foram levados do tradicional museu ao novo lar.
Os restos mortais dos antigos líderes do Egito Antigo agora passarão por uma restauração de 15 dias antes de serem apresentadas ao público na nova instituição.
Após esse processo, os corpos mumificados serão apresentados a partir do dia 18 de abril. Audrey Azoulay, que é diretora-geral da Unesco, comentou o evento transmitido na TV egipcia. Ela explica que a mudança dos restos mumificados "marca o fim de muito trabalho para melhorar sua conservação e exibição".
Azoulay também fala do sentimento gerado diante da cerimônia: "Isso desperta emoções que vão muito além da mera realocação de uma coleção – veremos a história da civilização egípcia se desenrolar diante de nossos olhos".
Confira o evento completo abaixo!
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