A ‘herdeira’ que enganou a elite de Nova York está de volta nas redes sociais, mas, a situação não é tão simples assim
Pedro Paulo Furlan, sob supervisão de Thiago Lincolins Publicado em 22/02/2022, às 16h03
Um grande sucesso da plataforma de streaming Netflix, a série ‘Inventando Anna’, lançada no dia 11 de fevereiro, conta a história de Anna Sorokin, uma russa que adotou uma identidade e enganou a elite de Nova York. No entanto, a série deixa uma grande pergunta: como está Anna agora?
A onda de fraudes e roubos de Anna Sorokin, utilizando o sobrenome ‘Delvey’ e descrevendo-se como uma ‘herdeira’, acabou em 2018, quando ela foi presa e, depois, sentenciada a 12 anos de prisão em 2019. As acusações incluíram fraude em hotéis, restaurantes, instituições financeiras e até mesmo um operador de jato particular; totalizando mais de US$ 200.000, de acordo com o The Guardian
Após aterrorizar a elite de uma das maiores cidades do mundo, Sorokin passou dois anos na prisão, a Albion Correctional Facility, em Albion, nos Estados Unidos. Em 2021, a mulher que inspirou ‘Inventando Anna’, foi solta em liberdade condicional, contudo, encontrou em mais um obstáculo assim que saiu: sua deportação pós-vencimento de seu visto.
Em uma reportagem que Anna Delvey escreveu para o portal de notícias americano Insider, a russa falou sobre seu período em uma instituição do ICE, organização de Imigração e Alfândega estadunidense, onde ainda está até hoje, e sobre a seu possível envio para a Alemanha, algo com que ela discorda.
O vencimento do meu visto americano foi não-intencional e completamente fora do meu controle. Eu não quebrei nem uma das regras da liberdade condicional do estado de Nova York ou do ICE. Mesmo assim, eu ainda não recebi um caminho claro e justo para a conformidade”, Anna escreveu no artigo.
Intitulada “Erasing Anna”, algo como ‘apagando Anna’ em tradução livre, o texto também fala sobre a série com seu nome, ‘Inventando Anna’, e seus sentimentos em relação a produção. A russa foi uma das fontes para a pesquisa da minissérie e, inclusive, foi paga por sua história e contribuição.
Anna, no entanto, não planeja assistir à obra e aponta a, suposta, ironia em ser o foco de uma grande produção enquanto está presa esperando a decisão final de se realmente será deportada para a Alemanha, informação que deve vir ainda este semestre.
Mesmo se eu mexesse uns pauzinhos e conseguisse assistir, nada relacionado a ver uma versão fictícia de mim enquanto estou nesse ambiente de ‘asilo para os criminalmente insanos’ parece atrativa para mim. E, enquanto estou curiosa sobre como eles interpretaram a pesquisa e os materiais oferecidos, não posso não me sentir esquecida, a ironia sombria de estar presa em uma cela em mais uma instituição corretiva horrível, perdida entre as linhas, a história se repetindo”.
O pagamento de Anna Sorokin, pela história contada em ‘Inventando Anna’, só foi permitido pela Justiça americana caso a ‘golpista’ utilizasse este dinheiro para pagar as despesas de seu caso e as taxas de reparação, especialmente para os bancos que enganou em seu período como Delvey.
Os 320 mil dólares, equivalentes a mais de R$ 1,5 milhão, que recebeu da Netflix foram cerca de US$ 200 mil para os bancos dos quais pegou empréstimos antes de sua prisão, 24 mil dólares para taxas e multas e o restante para o preço de seus advogados e mecanismos de defesa durante os tribunais de 2018.
Com a sua identidade falsa e as afirmações de que era uma herdeira com uma fortuna de 60 milhões, Delvey fez empréstimos que não poderia pagar, aproveitou viagens e luxos da elite, prometendo que compensaria depois.
A defesa de seu advogado afirmava que todos os empréstimos e o dinheiro recebido pela falsa herdeira, no futuro, seriam investidos na Fundação Anna Delvey - um clube para milionários em Nova York.
Todd Spodek, advogado, disse que Sorokin era apenas uma sonhadora e empresária, com um sonho pelo qual precisava mentir e fingir para conseguir chegar no topo.
De acordo com a cobertura do portal de notícias Insider, Anna Sorokin organizava jantares e encontros com figurões de Nova York e do mundo financeiro e convenientemente esquecia de pagá-los pela conta.
Para conseguir crescer, a 'golpista' retirou diversos empréstimos, sempre sonhando com a quantia de 22 milhões necessária para a fundação.
Com cenas inéditas, 'Calígula' volta aos cinemas brasileiros após censura
Jornalista busca evidências de alienígenas em documentário da Netflix
Estudo arqueológico revela câmara funerária na Alemanha
Gladiador 2: Balde de pipoca do filme simula o Coliseu
Túnica atribuída a Alexandre, o Grande divide estudiosos
Quebra-cabeça: Museu Nacional inicia campanha para reconstruir dinossauro