Líder de extrema-direita, que também realizou declarações ofensivas sobre muçulmanos, foi condenado nesta terça-feira, 5
Giovanna Gomes Publicado em 05/11/2024, às 14h34
As autoridades da Suécia condenaram nesta terça-feira, 5, o político dinamarquês-sueco Rasmus Paludan, de extrema-direita, à prisão por incitação contra um grupo étnico após queimar cópias do Alcorão e fazer declarações ofensivas sobre muçulmanos.
Paludan é o primeiro a ser condenado na Suécia por queimar o Alcorão durante uma manifestação organizada. O líder do partido dinamarquês Stram Kurs (Linha Dura) foi sentenciado pelo tribunal distrital de Malmö a quatro meses de prisão, além de ser condenado a pagar 80.800 coroas (cerca de £5.822) em danos e taxas judiciais.
O presidente do tribunal, Nicklas Söderberg, afirmou que é permitido fazer críticas públicas a ideias e crenças religiosas, mas ressaltou que Paludan cruzou os limites de uma discussão válida e respeitosa, promovendo insultos e difamação. Paludan foi considerado reincidente, pois já havia sido condenado por crimes semelhantes na Dinamarca.
O tribunal relatou que Paludan colocou bacon ao redor de um Alcorão antes de queimá-lo, chutá-lo e cuspir nele, além de fazer declarações como "muçulmanos não gostam da democracia ocidental" e "usam a violência como meio de comunicação", o que reforçou a acusação de incitação ao ódio.
Segundo o promotor Adrien Combier-Hogg, a condenação representa um marco no contexto de protestos políticos na Suécia, oferecendo orientação sobre o que é permitido ou não em manifestações públicas.
Paludan, que negou as acusações e afirmou que apelará da decisão, realizou as ações que o levaram à sentença durante reuniões públicas em abril e setembro de 2022, nas quais também fez comentários considerados insultuosos contra árabes e africanos. Ele compareceu ao julgamento remotamente, alegando temer pela sua segurança.
Este caso reacendeu o debate sobre as leis suecas de liberdade de expressão, que são conhecidas por serem amplas, mas que enfrentaram questionamentos após uma série de protestos envolvendo a queima do Alcorão em 2023.
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