Representação do planeta Speculoos-3b orbitando sua estrela - Divulgação/Nasa/JPL-Caltech
Astronomia

Planeta do tamanho da Terra é descoberto orbitando anã vermelha

Localizado a 55 anos-luz de distância, Speculoos-3b possui o mesmo tamanho aproximado da Terra e orbita estrela com vida útil maior que o nosso Sol

Éric Moreira Publicado em 15/05/2024, às 08h49

Recentemente, foi descoberto a 55 anos-luz de nós um novo planeta com tamanho aproximado ao da Terra, orbitando uma pequena e "fria" estrela anã vermelha. Chamado Speculoos-3b, o planeta rochoso foi detectado logo após passar na frente de sua estrela, que possui metade da temperatura do nosso Sol e é 100 vezes menos luminosa.

Descrito pelos astrônomos responsáveis pela descoberta como "praticamente do mesmo tamanho do nosso planeta", o Speculoos-3b possui uma órbita que demora, impressionantemente, apenas 17 horas, o que faz com que um ano seu dure menos que um dia na Terra. Apesar disso, os dias e noites no planeta são intermináveis.

Acreditamos que o planeta gira de forma síncrona, de modo que o mesmo lado, chamado de lado diurno, esteja sempre voltado para a estrela, assim como a Lua faz para a Terra. Por outro lado, o lado noturno ficaria preso numa escuridão sem fim", explica Michaël Gillon, astrônomo da Universidade de Liège, na Bélgica, e principal autor do estudo, na revista Nature Astronomy.

+ Astrônomos identificam 85 sistemas com planetas em zona de temperatura ideal para a vida

Descoberta

Segundo o The Guardian, o novo planeta foi descoberto durante sua rápida órbita em toro da estrela, no momento em que passou na frente dela. Ele foi detectado pela rede global de telescópios robóticos Search for Planets EClipsing ULtra-cOOl Stars (que serve de base para o nome "Speculoos").

Vale mencionar que anãs vermelhas são cerca de 70% das estrelas que compõem nossa galáxia, e possuem uma vida de cerca de 100 bilhões de anos, fazendo delas possíveis candidatas a serem as últimas a "apagarem" em todo o Universo. Por isso, os planetas que as orbitam podem ser quentes o suficiente para que seja viável o surgimento de vida neles.

Porém, considerando a peculiaridade de Speculoos-3b de possuir um lado em eterno dia e outro em eterna escuridão, qualquer forma de vida que surgisse por lá lidaria com um ambiente extremamente inóspito. Além disso, ele também é bombardeado com grandes quantidades de radiação, recebendo cerca de 16 vezes mais energia por segundo que a Terra.

"Em tal ambiente, a presença de uma atmosfera ao redor do planeta é altamente improvável", detalha Julien de Wit, cientista planetário do MIT e um dos diretores do Observatório Speculoos Northern e do seu telescópio Artemis.

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