Os fósseis impressionantes de 60 mil anos foram encontrados em cavernas no país
Isabela Barreiros, sob supervisão de Alana Sousa Publicado em 24/04/2021, às 10h36
Em 2019, pesquisadores descobriram esqueletos de uma espécie conhecida como rato-nebuloso-gigante-de-Luzon, que possui o papel ecológico dos esquilos nos EUA, na caverna de Callao, localizada na província de Cagayan, nas Filipinas.
Agora, um estudo publicado na revista científica Journal of Mammalogy descreveu que três espécies novas dos ratos foram identificadas a partir dessa descoberta, sendo estas Crateromys ballik , Carpomys dakal e Batomys cagayanensis. Além disso, como relatou a revista Science News, elas provavelmente estão extintas.
“Espécimes de todas as três novas espécies de roedores fósseis foram encontrados na mesma camada profunda da caverna que o enigmático Homo luzonensis, indicando que eles coexistiram há cerca de 60.000 anos”, afirmou Philip Piper, pesquisador da Escola de Arqueologia e Antropologia na Australian National University.
Segundo Larry Heaney, principal autor da pesquisa, “essas espécies fósseis recentemente extintas não apenas mostram que a biodiversidade era ainda maior no passado muito recente, mas que as duas que se extinguiram há poucos milhares de anos eram gigantes entre os roedores, ambos pesando mais de um quilo”.
“Nossos registros mostram que eles foram capazes de se adaptar e sobreviver a profundas mudanças climáticas ao longo de milhões de anos, então a questão é o que pode ter causado sua extinção final?”, questionou Piper.
Como as duas espécies foram registradas pela última vez há por volta de 2 mil anos, os especialistas associaram sua extinção com a introdução de sociedades agrícolas humanas e criação de animais.
“Isso parece significativo, porque é praticamente a mesma época em que a cerâmica e as ferramentas de pedra do Neolítico aparecem pela primeira vez no registro arqueológico, e quando cães, porcos domésticos e provavelmente macacos foram introduzidos nas Filipinas, provavelmente de Bornéu”, explicou Armand Mijares , pesquisador da Universidade das Filipinas.
Ele conclui: “Embora não possamos dizer com certeza com base em nossas informações atuais, isso implica que os humanos provavelmente desempenharam algum papel em sua extinção.”
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