Vista da comunidade do Jacarezinho - Junius/Wikimedia Commons
Rio de Janeiro

Perícia aponta que cenas de crimes não foram preservadas em ação na Favela do Jacarezinho

Laudo também aponta que "não foram encontrados sinais compatíveis com a ocorrência de confronto no interior do apartamento" analisado

Fabio Previdelli Publicado em 19/06/2021, às 11h06

Segundo informações de laudos enviados por peritos da Polícia Civil ao Ministério Público, as cenas dos crimes onde alguns dos 27 suspeitos foram mortos durante ação na Favela do Jacarezinho, na Zona Norte do Rio, não foram preservadas. Além disso, de acordo com o documento, que a Globo teve acesso, também não há sinais de confronto nesses locais.  

Em um dos laudos que analisa a ação mais letal da história do Rio de Janeiro, que aconteceu em 6 de maio, o perito responsável afirma que "não foram encontrados sinais compatíveis com a ocorrência de confronto no interior do apartamento" que foi analisado. 

O perito também relata que, no local, ao menos uma pessoa ferida foi tirada de lá, o que é evidenciado pela mudança nos "perfis de manchas de sangue encontrados pelo caminho". 

Além disso, de acordo com o documento, havia “um desalinho encontrado na sala”, o que, de alguma forma, "modificou o posicionamento de componentes de munição de arma de fogo" e também "desfez perfis de manchas de sangue". Segundo o perito, isso "pode ter dificultado a visualização de outros vestígios". 

"As ações acima citadas, embora possam ser justificáveis, prejudicaram os exames periciais, não permitindo a identificação de outros elementos e a relação de exames mais detalhados. Fica a cargo da competente investigação policial a busca de esclarecimentos de fatos que levaram à não preservação do crime", completa o profissional. 

Outro imóvel na Favela do Jacarezinho também foi periciado, onde o profissional não conseguiu identificar de onde partiram os tiros, já que a cena do crime não estava preservada. O laudo também mostra que, de acordo com análises de manchas de sangue, consta-se que ocorreu “arraste” de feridos desde a cozinha, atravessando a sala e chegando na saída do apartamento.  

Um terceiro laudo mostra não terem sido "encontrados vestígios claros e característicos de situação de confronto no interior do apartamento". Com a modificação das manchas de sangue, não foi possível constatar quantas pessoas estavam feridas no local. 

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