Árvore genealógica representando casamento entre primos - Divulgação / Phys.org
Grécia Antiga

Pela primeira vez, DNA traça árvore genealógica de família da Grécia Antiga

O DNA também revelou detalhes dos costumes de casamentos das famílias da época

Isabelly de Lima, sob supervisão de Fabio Previdelli Publicado em 19/01/2023, às 15h46 - Atualizado às 16h05

Na Alemanha, uma equipe de pesquisadores do Instituto Max Planck de Antropologia Evolutiva (MPI-EVA) estudou mais de 100 genomas de pessoas da Idade do Bronze do mar Egeu. Assim, fora possível obter novas percepções sobre os casamentos e as estruturas familiares na Grécia Antiga a partir dessas análises.

Além disso, também foi possível traçar a árvore genealógica de um desses agrupamentos. Os resultados dos estudos foram publicados no Nature Ecology & Evolution.

Devido aos avanços das tecnologias que avaliam o DNA humano, foi possível realizar leituras precisas, mesmo que a preservação do material genético fosse prejudicada devido às complicações climáticas.

O núcleo analisado revelou que alguns dos filhos ainda viviam na aldeia de seus pais na idade adulta. De acordo com os dados, eles se casaram, constituíram suas próprias famílias e seus descendentes foram enterrados sob o pátio da propriedade em que viviam os avós, em uma tumba.

Árvore genealógica representada no estudo - Crédito: Divulgação / Phys.org

 

Também foi descoberto que uma das esposas que viviam na casa levou sua irmã e sobrinho para viverem lá, já que os restos do então jovem foram encontrados na mesma sepultura que os outros familiares.

Casamentos da época

A pesquisa também descobriu detalhes sobre o costume do casamento entre primos de primeiro grau. Eirini Skourtanioti, um dos autores do estudo, disse em comunicado à imprensa que “mais de mil genomas antigos de diferentes regiões do mundo já foram publicados, mas parece que um sistema tão rígido de casamento entre parentes não existia em nenhum outro lugar”.

Segundo a Galileu, outro autor da pesquisa, Philipp Stockhammer, conta que a equipe consegue apenas especular o motivo pelos quais tais casamentos eram comuns:

Talvez fosse uma maneira de prevenir a separação da família cada vez mais? Em todo caso, isso garantia a continuidade do núcleo em um mesmo local, o que era um pré-requisito importante para o cultivo de azeitonas e vinho, por exemplo”.
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