Os vestígios humanos de 90 mil anos foram encontrados acidentalmente por um grupo de pesquisadores em uma praia do Marrocos
Redação Publicado em 30/01/2024, às 18h07
Em 2022, pesquisadores estudavam pedras em uma praia no Marrocos, quando se depararam com um rastro de 85 pegadas humanas bem preservadas. Após análises, eles descobriram que são as pegadas mais antigas no Norte da África e sul do Mediterrâneo, de 90 mil anos atrás, enfatiza um estudo publicado na revista Scientific Reports.
Mouncef Sedrati, professor associado de dinâmica costeira e geomorfologia na Southern Brittany University e autor do estudo, relembrou a descoberta dos rastros humanos em uma entrevista concedida ao portal Live Science.
Entre as marés, eu disse à minha equipe que deveríamos ir para o norte para explorar outra praia. Ficamos surpresos ao encontrar a primeira pegada. No início, não estávamos convencidos de que fosse uma pegada, mas depois encontramos mais rastros.", disse Sedrati.
Conforme repercutido pelo site Live Science, a análise do local, único no Norte da África e Sul do Mediterrâneo a apresentar rastros humanos, revelou duas trilhas que exibem um total de 85 pegadas humanas. Essas pegadas foram deixadas por um grupo de pelo menos cinco dos primeiros humanos modernos.
Para determinar a idade das pegadas, a equipe de pesquisa utilizou uma técnica de datação por luminescência opticamente estimulada, que indica a última vez em que minerais específicos foram expostos ao calor ou luz solar.
A partir da idade dos grãos de quartzo que cobrem a areia da praia, os pesquisadores chegaram a conclusão de que um grupo multigeracional de Homo sapiens passou pelo local há cerca de 90 mil anos, criando as trilhas.
Fizemos medições no local para determinar o comprimento e a profundidade das impressões. Com base na pressão dos pés e no tamanho das pegadas, conseguimos determinar a idade aproximada dos indivíduos, que incluía crianças, adolescentes e adultos”, acrescentou Sedrati.
No estudo, a equipe de pesquisa atribuiu a conservação das pegadas a vários fatores, entre eles o contorno da praia e o grande alcance das marés, que desempenharam um papel crucial na “preservação final das pegadas”.
Porém, os pesquisadores não sabem o que levou a passagem desse grupo pela praia, mas outras análises do local podem solucionar este mistério. Para isso, eles terão que agir rapidamente, pois “o colapso contínuo da plataforma da costa rochosa pode levar ao seu eventual desaparecimento”, e levar com ela os rastros preservados, como explicou a equipe no estudo.
Esperamos aprender sobre a história total deste grupo de humanos e o que eles faziam lá”, concluiu Sedrati na entrevista.
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