Pedrinho Matador, criminoso brasileiro - Reprodução/Video/YouTube
Pedrinho Matador

Pedrinho Matador: Psicanalista diz que serial killer se arrependeu: “Queria uma vida nova"

Condenado por cerca de cem assassinatos, Pedrinho Matador ficou 42 anos preso; ele foi morto no último dia 5, em Mogi das Cruzes

Fabio Previdelli Publicado em 21/03/2023, às 10h00 - Atualizado às 10h59

O serial killer brasileiro Pedrinho Matador foi assassinado no último dia 5, em Mogi das Cruzes (na Grande São Paulo). Responsável por cerca de 100 crimes, Pedrinho Matador passou 42 anos preso, sendo solto apenas em 2018

Embora seja visto como uma figura cruel e brutal, uma pessoa tinha uma visão completamente oposta do criminoso: Iza Toledo. Autora da biografia "Serial Killer (?) Eu Não Sou o Monstro", a psicanalista de 52 anos teve Pedrinho como um de seus pacientes. 

"Eu perdi meu pai quando eu tinha 26 anos. Ele não era um homem carinhoso, era um homem muito reservado. Com o Pedrinho, a gente tinha uma convivência, a gente brincava. Ele não era o Pedrinho Matador, era o Pedrinho Rodrigues. Era a pessoa que ele tava descobrindo que ele era, que estava se transformando", disse em entrevista à Folha. 

A vida com Pedrinho Matador

Dois meses após começar terapia online com Iza Toledo, no segundo semestre de 2021, Pedrinho Matador deixou a cidade de Mogi das Cruzes e se mudou para o litoral paulista, na cidade de Itanhaém. Ele viveu em um cômodo na parte de baixo onde Iza vivia com seu marido, que atua como médico. 

A gente conversava três vezes por semana, por duas horas. E foi ganhando confiança em mim e queria que eu escrevesse um livro que mostrasse o lado ruim dele, mas também o bom. Ele não queria ser santo, mas queria mostrar o que tinha acontecido com ele e por que ele tinha se arrependido e queria uma vida nova", revela. 

O tratamento com pet terapia e escrita criativa aproximou cada vez mais a convivência entre a família da terapeuta e Pedrinho. A profissional relembra que ele chegou a pedir a sua aliança e de seu marido para usar em uma correntinha de ouro que havia ganho de outro médico. 

"Dizia que com a corrente e a minha aliança e a do meu marido — ele era muito amigo do meu marido—, ele se sentia sempre protegido, era como se carregasse a família com ele", aponta. 

A terapeuta ainda contou que desde o assassinato de Pedrinho Matador, passou a ser alvo de fake news, como pessoas dizendo, por exemplo, que ela e o criminoso seriam amantes. "Além de eu não poder elaborar o meu luto, tenho que lutar contra essas fake news". 

Por fim, a profissional ressalta que toda a convivência que teve com Pedrinho não se tratou de romantização da criminalidade. "Nós queremos levar uma mensagem de esperança para a sociedade. Uma demonstração de que o ser humano quando quer e é acolhido com humanidade, ele consegue se superar se regenerar, essa é a mensagem".

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