Imagem raríssima de nobre militar antigo permitiu que os cientistas descobrissem que a figura bélica do herói nunca teve tanto espaço quanto nas Eras Romana e Medieval
André Nogueira Publicado em 12/02/2020, às 07h00 - Atualizado às 07h55
Uma nova pesquisa realizada com pedras esculpidas pictas revelou o desenvolvimento no norte da Europa do “ethos heroico do guerreiro”, ou seja, a forma representativa e mental do comportamento dessa figura.
Essa configuração social teria se espalhado a regiões como a Escócia no primeiro milênio da Era Cristã, segundo novas evidências funerárias de monólitos com artes antigas, que fundamentam o argumento de que a época foi muito mais marcada por esse ethos do que o mundo pré-romano ou pós-medieval.
O estudo foi publicado pela revista da Universidade de Cambridge, segundo o qual esses enterramentos usados na pesquisa revelaram grandes concentrações de armamentos enquanto destaca-se a Pedra Tulloch, com imagem que “materializa uma ideologia marcial”, segundo Mark Hall, do Perth Museu e Galeria de Arte, ao Antiquity Publications. A representação é a de um guerreiro de nariz grande, segurando lança e taco. O tipo de figuração era de um tipo "nunca tinha visto antes na área".
Segundo a pesquisa divulgada, a representação do guerreiro segue signos da nobreza local da época: capa, sapatos, couro cabeludo raspado e armas. Na prática, a pedra teria sido usada para alertar viajantes sobre os limites de suas terras e que a partir de lá a estavam adentrando. O artefato possui 1,94 metros de altura por 0,7 m de largura.
Os pesquisadores responsáveis pela conclusão se mostraram animados com a descoberta, pois ela aumenta consideravelmente nosso acervo de iconografias da Escócia do primeiro milênio, além de trazer informações inéditas sobre esse ethos guerreiro da Era Romana. Análises utilizando fotogrametrias e scanners tridimensionais estão sendo usados para melhor compreensão do desenho analisado.
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