Durante milênios, a cor púrpura tíria foi a mais cara e procurada do mundo, associada à Corte Imperial do Império Romano
Éric Moreira Publicado em 04/05/2024, às 11h27
Recentemente, arqueólogos do projeto Uncovering Roman Carlisle, apoiado pela empresa Wardell Armstrong, descobriram na cidade de Carlisle, na Inglaterra, um raro pedaço de pigmento da cor púrpura tíria. O projeto é focado na descoberta de uma casa de banhos romana encontrada na região em 2017.
Vale mencionar que essa casa de banhos em questão se encontra próxima ao antigo forte romano de Uxelodunum (que, em português, significaria "forte alto"), construído para controlar os territórios onde hoje estão a cidade de Carlisle e uma travessia do rio Éden.
Guarnecido pela Ala Petriana, o forte era uma unidade de cavalaria que contava com cerca de mil homens, que receberam cidadania romana pelo valor que possuíam em campo. Escavações anteriores no local já haviam revelado cabeças colossais de arenito que representavam deuses romanos, sem mencionar uma série de pedras preciosas, estatuetas, ossos de animais e azulejos com o carimbo imperial.
Em escavações mais recentes, porém, os arqueólogos encontraram um estranho caroço misterioso feito de uma substância roxa e macia. Após testes, pesquisadores da Universidade de Newcastle descobriram que ela continha bromo e cera de abelha.
Essa substância misteriosa, segundo os pesquisadores, é um raro exemplar do pigmento de cor púrpura tíria. Esse corante, secretado por várias espécies de caracóis marinhos, era especialmente associada a Corte Imperial do Império Romano no passado, segundo o Heritage Daily.
Durante milênios, o púrpuro tírio foi a cor mais cara e procurada do mundo. A sua presença em Carlisle, combinada com outras evidências da escavação, fortalece a hipótese de que o edifício estava de alguma forma associado à Corte Imperial do imperador Lúcio Sétimo Severo, localizada em York e possivelmente relacionada a uma visita imperial a Carlisle", pontua em comunicado Frank Giecco, diretor técnico da Wardell Armstrong.
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"É o único exemplo que conhecemos no Norte da Europa – possivelmente o único exemplo de uma amostra sólida do pigmento na forma de pigmento de tinta não utilizado em qualquer lugar do Império Romano. Exemplos foram encontrados em pinturas murais (como em Pompeia) e em alguns caixões pintados de alto status da província romana do Egito", acrescenta Giecco.
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