Manifestantes com lenços durante uma manifestação a favor da descriminalização do aborto em Buenos Aires, Argentina - Getty Images
Argentina

ONG católica detém menina de 12 anos estuprada pelo pai para impedir aborto

A menor de idade foi dada como desaparecida na data em que realizaria o procedimento, que é legal na Argentina há dois anos

Redação Publicado em 05/01/2023, às 16h19

Na última quarta-feira, 4, uma menina de 12 anos que foi estuprada pelo pai e procurou uma clínica para realizar o procedimento de aborto, desapareceu no dia em que havia marcado a consulta, em Santa Fé, na Argentina. Após uma intensa busca pelas autoridades, ela foi encontrada na sede de uma organização católica

Segundo informações divulgadas pelo jornal O Globo, esta é a segunda vez que o grupo católico é denunciado por tentar impedir o acesso aos métodos de interrupção voluntária da gravidez, legal no país há dois anos. Em 2016, uma psicóloga da ONG fingiu ser membro da Secretaria de Assuntos da Criança para ganhar a confiança de outras vítimas. 

Em comunicado, Alejandra del Río Ayala, promotora do caso, informou:

Queremos saber em que condições foi detida e o que aconteceu, porque podemos estar perante um crime de privação ilegal de liberdade e ameaças a um menor". 

O caso

O caso aconteceu em 19 de dezembro, após uma consulta médica no centro de saúde de Garibaldi, cidade rural próxima à província de Santa Fé de la Cruz, também sede da ONG, em que a mãe descobriu a gravidez da filha. Depois da revelação, a menor de idade relatou o abuso que sofreu do pai. 

No dia da realização do procedimento, que tinha o consentimento da jovem e o apoio da mãe, ela não apareceu. Posteriormente, a garota foi encontrada na Casa Irmãs de Betânia, uma unidade da ONG

A respeito do homem que cometeu o crime, identificado pelas iniciais G. M. A., de 42 anos, ele foi preso e será acusado pelo Ministério Público pelo crime de abuso sexual

Medidas 

Conforme o jornal El País, a Secretaria da Infância, Adolescência e Família de Santa Fé entrou com uma “medida protetiva excepcional temporária” em favor da menina, alegando o objetivo de "garantir os seus direitos e ouvir a sua voz como sujeito de direitos, como todas as crianças e adolescentes".

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