Descoberto oficialmente em 2019, pesquisadores finalmente conseguiram identificar a embarcação de guerra
Redação Publicado em 01/02/2023, às 10h30
Pesquisadores fizeram uma instigante descoberta sobre um navio de guerra encontrado naufragado na costa de Sussex, Inglaterra. Após um intenso trabalho, especialistas finalmente descobriram a identidade da embarcação histórica.
Após analisar restos do navio de guerra e também a carga presente na embarcação, os pesquisadores concluíram que a descoberta compreende o Klein Hollandia, um navio holandês. Durante o século 17, a embarcação foi útil nas grandes batalhas da guerra anglo-holandesa.
Até então chamado de 'Naufrágio Desconhecido de Eastbourne', o navio foi elaborado no ano de 1656 e pertencia ao Almirantado de Roterdã. Assim, fora utilizado no segundo conflito entre a Holanda e a Inglaterra.
A desgraça do navio se deu no ano de 1672, enquanto realizava a escolta da frota Smyrna para o Canal da Mancha, caminhando para a Holanda. Foi na Ilha de Wight que a saga do navio chegou ao fim. Com o esquadrão atacado pela Inglaterra, a embarcação afundou como consequência dos impactos em sua estrutura.
Apenas em 2015 a saga do navio teria desdobramentos. Em 2015, o que sobrou da embarcação no fundo do mar foi definido pelo Escritório Hidrográfico do Reino Unido como uma anomalia. Já no ano de 2019, a grande descoberta: David Ronnan, mergulhador, se deparou com o navio naufragado.
Após a descoberta, o navio de guerra recebeu o mais alto nível no que se refere a proteção de um patrimônio. Para se ter ideia da importância do Klein Hollandia, apenas mergulhadores autorizados poderiam chegar até o navio naufragado, como determinado pela Lei de Proteção de Naufrágios.
A importância da descoberta do Klein Hollandia se deve também pelo fato dos pesquisadores conhecerem mais sobre o interior dos navios holandeses elaborados no século XVII. O que sobrou do navio também ajuda a equipe a entender o que aconteceu na viagem final.
Além de parte do casco do navio, os estudiosos se depararam não só com canhões, mas também peças de cerâmica e ladrilhos feitos em mármore. "Desde o nosso primeiro mergulho no naufrágio, em abril de 2019, ficamos fascinados com a variedade de materiais no fundo do mar. Tudo indicava que se tratava de um navio holandês do final do século XVII vindo da Itália. Agora, após quatro anos de investigação e pesquisa, podemos identificar a embarcação com segurança”, disse em comunicado Mark Beattie Edwards, da Sociedade de Arqueologia Náutica (NAS).
Além da pesquisa documental, também foi através dos restos que os envolvidos na pesquisa realizaram a identificação do navio. Afinal, análises dendrocronológicas foram realizadas nos anéis de árvores presentes nas madeiras e exames petrográficos feitos para examinar as rochas.
O atual secretário do Estado da Cultura e Mídia da Holanda, Gunay Uslu, enfatizou que descobertas do tipo resultam em um 'conhecimento valioso'.
"Com pesquisas arqueológicas marítimas e histórico-culturais em naufrágios como o 'Klein Hollandia', histórias e restos tangíveis vêm à tona. Isso fornece conhecimento valioso e percepções importantes na história compartilhada de nossas nações".
Vale ressaltar que a pesquisa sobre o Klein Hollandia compreende uma colaboração entre o Reino Unido e a Holanda numa campanha de trabalho de campo e projetos de patrimônio marítimo. Para isso, foram envolvidos o Historic England, órgão público, a Agência de Patrimônio Cultura da Holanda (RCE) e também a Sociedade de Arqueologia Náutica (NAS).
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