Um relatório da Comissão Baleeira Internacional revelou que as orcas adolescentes ficam entediadas e atacam barcos para se divertirem; entenda!
Isabelly de Lima Publicado em 29/05/2024, às 08h02
Um comportamento peculiar das orcas tem intrigado pesquisadores, após observações de um padrão entre diferentes grupos que estão afundando embarcações ao redor do mundo. Segundo uma investigação da Comissão Baleeira Internacional (CBI), o que inicialmente parecia ser uma ação coordenada contra navios e iates é, na verdade, uma forma de entretenimento para grupos de orcas adolescentes.
Desde 2020, um grupo específico de orcas no Mar Mediterrâneo tem colidido com pelo menos 673 navios nas costas de Marrocos, Espanha e Portugal, resultando em alguns naufrágios notáveis. Especialistas espanhóis e portugueses, que estudaram esses animais por anos, ajudaram a CBI a elaborar um relatório com diretrizes para os proprietários de embarcações na Península Ibérica, explicando como proceder em caso de encontros com orcas.
Divulgado na última sexta-feira, 24, o relatório, que contou com a colaboração de biólogos, funcionários governamentais e representantes da indústria marinha, revela que as orcas buscam diversão nas águas abertas e consideram os lemes dos barcos como brinquedos, segundo o portal O Globo.
Os especialistas notaram que esses grupos de orcas geralmente consistem de 15 indivíduos, predominantemente jovens machos entre 5 e 18 anos, com cerca de 4,3 metros de comprimento. Eles se aproximam lentamente e investem nos lemes com a ponta do nariz e a cabeça, frequentemente danificando os barcos. Algumas fêmeas adultas também foram vistas nas proximidades, aparentemente supervisionando os jovens durante suas brincadeiras.
Não há nada no comportamento dos animais que sugira que estejam sendo agressivos. Enquanto brincam com o leme, eles não entendem que podem danificar o leme e que danificar o leme afetará os seres humanos. É mais lúdico do que intencional”, relatou, ao Washington Post, Alex Zerbini, presidente do comitê científico da CBI.
Embora o estudo não confirme como esse comportamento de quebrar lemes foi introduzido entre as orcas, fica claro que elas aprenderam umas com as outras e passaram a ensinar a técnica aos mais jovens. Zerbini sugere que tudo pode ter começado pela curiosidade de uma orca pelas bolhas e o movimento do leme com o deslizar do navio pelas águas.
Talvez aquele indivíduo tenha tocado um leme e achado que era algo divertido de brincar. E, depois de brincar, começou a propagar o comportamento entre o grupo até se tornar tão difundido como é agora”, acrescentou Zerbini ao Post.
O relatório recomenda modificações nos barcos para torná-los menos atraentes para as orcas. Algumas das propostas incluem a substituição de superfícies lisas por materiais abrasivos e a instalação de dispositivos que emitem sons de batidas ao redor das embarcações. Essas mudanças devem ser implementadas no verão do hemisfério norte para testar sua eficácia.
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