Mosaico retratando Alexandre, o Grande, e busto do rei Filipe II da Macedônia - Domínio Público via Wikimedia Commons / Foto por Richard Mortel pelo Wikimedia Commons
Arqueologia

Novo estudo afirma ter descoberto restos do pai de Alexandre, o Grande

Ossos estavam em tumba na Grécia, que pode abrigar não só os restos de Filipe II da Macedônia, como também do meio-irmão e do filho de Alexandre, o Grande

Éric Moreira Publicado em 14/02/2024, às 11h40

Na década de 1970, pesquisadores descobriram no território onde no passado existiu Aegae, capital original da Macedônia — onde hoje se encontra a cidade grega de Vergina — um complexo funerário onde encontraram três tumbas, que foram chamadas de Tumbas I, II e III. Porém, eventualmente o local conquistou maior notoriedade entre a comunidade arqueológica, devido a possibilidade de ser o último recinto do antigo rei Filipe II da Macedônia, pai de Alexandre, o Grande.

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Foi só recentemente, porém, que um novo estudo afirmou ter identificado definitivamente entre os três túmulos aqueles que podem ser os restos mortais do pai de um dos maiores líderes militares do mundo antigo e de toda a história. Além do pai, também é descrito que os outros túmulos podem pertencer ao meio-irmão mais velho de Alexandre, Filipe III Arrhidaeus, e de seu filho, Alexandre IV, que teve com a esposa Roxana.

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O cemitério, conhecido como "Grande Tumulus", remonta aproximadamente do século 4 a.C., segundo uma revisão publicada na edição de dezembro de 2023 do Journal of A Archeological Science: Reports. Vale mencionar que há muito tempo é debatido sobre quais membros da família real macedônia estavam em cada uma das três tumbas, mas essa nova revisão sugere quem possam ser os verdadeiros ocupantes de cada uma delas.

Identificação dos esqueletos

Conforme descrito pelo Live Science, para determinar a quem pertenciam os esqueletos, os arqueólogos que participaram da nova revisão analisaram não só os ossos em si, como também os escritos antigos sobre cada indivíduo, incluindo quaisquer relatos sobre lesões ou anomalias esqueléticas que eles possam ter apresentado. "Era como uma fascinante história antiga de detetive", disse Antonios Bartsiokas, professor emérito de antropologia e paleoantropologia da Universidade Demócrito da Trácia, na Grécia, e principal autor do novo estudo, em e-mail.

No caso, Bartsiokas e sua equipe identificou que o rei Filipe II era o ocupante da Tumba I, baseando-se na articulação do joelho do esqueleto, que era "consistente com a evidência histórica da claudicação do rei Filipe II", conforme descrevem na revisão. Além disso, também é mencionado que muito se especulou que o rei estaria na Tumba II, mas a I era "muito pequena e pobre", enquanto a II era "grande e rica", o que poderia sugerir que aquele esqueleto da segunda tumba fosse de Filipe III Arrhidaeus.

Isto está relacionado com a evidência histórica de que a Macedônia estava em estado de falência quando Alexandre iniciou sua campanha [após a morte de seu pai] e muito rica quando morreu. Isto é consistente com a Tumba I pertencente a Filipe II e a Tumba II pertencente a seu filho Arrhidaeus", explica Bartsiokas.
Fachada da Tumba II / Crédito: Divulgação/A. Bartsiokas, et al

 

Por fim, o ocupante da Tumba III foi identificado como sendo Alexandre IV, o filho adolescente de Alexandre, o Grande, que morreu em 309 a.C. em uma luta pelo poder após a morte de seu pai.

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