Os roedores provavelmente tiveram um papel reduzido em espalhar a doença pelo continente
Eduardo Lima, sob supervisão de Thiago Lincolins Publicado em 24/01/2023, às 14h05 - Atualizado em 16/02/2023, às 19h48
Entre 1347 e 1353, a Europa viu a Peste Negra devastando o continente e matando milhões. A suposição tradicional era de que a doença tinha sido espalhada pelo continente por ratos, mas novas evidências científicas colocam esse ponto em discussão, diminuindo a responsabilidade dos roedores na tragédia. As informações são do site LiveScience.
Em algumas partes do mundo, a bactéria que causa a peste, Yersinia pestis, se mantém a longo tempo em roedores selvagens e nas pulgas que eles carregam, chamados de reservatórios naturais da doença. Essa bactéria pode, então, passar dos roedores para os humanos.
Essa nova pesquisa, publicada na revista Proceedings of the National Academy of Sciences, defende duas possibilidades: que a peste pode ter sido introduzida e reintroduzida por reservatórios asiáticos e que podem ter havido reservatórios de curto e médio prazo na Europa. Esses dois cenários não são excludentes.
O estudo chegou à conclusão de que as condições climáticas e de solo europeias não poderiam manter grandes reservatórios naturais de roedores carregando a bactéria da peste durante um longo período de tempo, e que essas condições para a presença persistente dos reservatórios só se encontram em regiões da Ásia Central e do oeste dos Estados Unidos.
A Peste Negra se espalhou com uma velocidade grande, maior do que de outros surtos como a pandemia de Influenza de 1918 a 1920. O estudo explica que os roedores que normalmente são culpados pela transmissão se movem muito mais lentamente do que o ritmo da transmissão da bactéria pelo continente. Isso sugere que a transmissão direta entre pessoas, por ectoparasitas como pulgas e piolhos, pela respiração e pelo toque, teve um impacto muito maior no espalhamento rápida da peste.
A Peste Negra foi a epidemia mais mortal da história, matando 25 milhões de pessoas em 5 anos. Essa tragédia já foi muito explorada na arte, incluindo no clássico filme do diretor sueco Ingmar Bergman “O Sétimo Selo”, que mostra um cavaleiro fugindo da peste enquanto joga xadrez com a Morte.
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