Ilha de Páscoa - Reprodução/Wikimidea
Ilha de Páscoa

Novas descobertas questionam teorias sobre a Ilha de Páscoa

Pesquisas recentes sugerem que a população da ilha era menor e mais sustentável do que se pensava, questionando teorias anteriores do colapso ambiental

Gabriel Marin de Oliveira Publicado em 22/06/2024, às 11h01

As icônicas cabeças de pedra, conhecidas como Moai, que pontilham o litoral da Ilha de Páscoa, no Pacífico, têm fascinado e intrigado pesquisadores por décadas. Colonizada por marinheiros polinésios há cerca de 900 anos, a ilha chilena tem sido palco de intensos debates sobre o destino de suas sociedades complexas.

Alguns especialistas, como o geógrafo Jared Diamond em seu livro "Colapso" de 2005, sugeriram que a ilha é um exemplo clássico de como a exploração excessiva dos recursos naturais pode levar a um declínio populacional catastrófico e à devastação ecológica. No entanto, novas pesquisas estão desafiando essa narrativa.

Estudos recentes utilizando dados de sensores e mapeamento avançado de evidências agrícolas oferecem novas pistas sobre o enigma do desaparecimento da civilização original de Rapa Nui. A descoberta sugere que a ilha nunca foi densamente povoada, tornando o cenário de colapso ecológico menos provável.

“Há todos esses pedaços de evidência que foram coletados nos últimos 15 ou 20 anos que dão uma reviravolta na história do colapso”, explicou o Dr. Dylan Davis, autor principal do estudo publicado na revista Science Advances, conforme repercutido pela CNN.

A pesquisa indica que a área total de jardinagem em rocha era de 5 a 20 vezes menor do que as estimativas anteriores, revelando uma capacidade populacional mais modesta e sustentável.

A verdadeira história

Thegn Ladefoged, professor de arqueologia da Universidade de Auckland, destacou que esses novos dados fornecem “novos insights sobre a capacidade da antiga Rapa Nui e possíveis estimativas populacionais”. Ladefoged concorda com a conclusão de que um ecocídio pré-colonial não ocorreu e que a população não experimentou um colapso.

No entanto, nem todos os especialistas estão convencidos. Christopher Stevenson, professor de antropologia da Universidade da Virgínia, questionou a metodologia utilizada na nova pesquisa, sugerindo que ainda não foi bem avaliada. Ele criticou a falta de clareza sobre como as novas abordagens lidam com as complexidades dos dados.

Segundo a CNN, a ideia de que a ilha abrigava milhares de habitantes foi alimentada pela necessidade aparente de uma grande força de trabalho para construir e mover os cerca de 800 Moai.

Contudo, estudos recentes indicam que menos pessoas poderiam ter sido necessárias para essa tarefa. Além disso, pesquisas de 2017 mostraram que a vegetação nativa foi queimada para enriquecer o solo, ao invés de cortada para movimentar as estátuas.

Em última análise, não temos evidências de que milhares e milhares de pessoas viviam lá”, afirmou Davis.

Ele acrescentou que os relatos europeus do primeiro contato mencionam apenas cerca de 3.000 a 4.000 habitantes. O verdadeiro declínio populacional ocorreu posteriormente, provavelmente devido à exposição a doenças trazidas pelos europeus.


*Sob supervisão;

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