Teoria se torna a mais “aceitável” para a origem da Lua até então
Redação Publicado em 06/10/2022, às 12h18
Na última terça-feira, 4, a NASA publicou um vídeo mostrando a simulação de como a Lua pode ter se formado há bilhões de anos. A reprodução explica que uma colisão entre nosso planeta e um corpo celeste chamado Theia, que tinha o tamanho de Marte, poderia ter ‘gerado’ nosso satélite natural em poucas horas. Até então, acreditava-se que esse tempo seria muito maior — entre meses ou até anos.
A pesquisa, publicada no The Astrophysical Journal Letters, sugere que a Lua pode ter se formado logo de imediato, após os resíduos da Terra e de Theia serem jogados em órbita após a grande colisão.
Em um comunicado, o principal autor do estudo, Jacob Kegerreis, pesquisador de pós-doutorado no Centro de Pesquisa Ames da Nasa, aponta que essa nova teoria “abre toda uma nova gama de possíveis pontos de partida para a evolução da Lua”.
Entramos neste projeto sem saber exatamente quais seriam os resultados dessas simulações de alta resolução. Portanto, além da grande surpresa de que as resoluções padrão podem fornecer respostas enganosas, foi ainda mais empolgante que os novos resultados pudessem incluir um satélite parecido com a Lua em órbita”, continuou.
Os eventos que culminaram com a ‘criação’ da Lua ainda são incertos. Entretanto, para compreender sua origem, pesquisadores da NASA se baseiam em informações já existentes sobre o satélite, como, por exemplo, sua massa, órbita e também através das análises de rochas lunares coletadas durantes as diversas missões espaciais da Apollo.
Apesar de existirem cenários plausíveis para entender a formação da Lua, há ainda diversas incógnitas a serem compreendidas: uma delas é o que leva a composição do satélite natural ser tão parecida à da Terra, repercute a CNN.
Para compreender esse ponto, um dos meios de estudo é através da assinatura isotópica de nosso satélite, ajudando a entender como e onde um objeto foi gerado. Assim, a análise de rochas lunares apontam que essas assinaturas são muito parecidas com a da Terra.
Porém, ela não apresenta tais semelhanças com outros planetas de nosso Sistema Solar — levando a crer que parte do material que a compõe veio realmente daqui.
Outra possibilidade aponta que a Lua pode ter origem depois que Theia se misturou com poucos materiais da Terra, entretanto, nesse caso, o corpo celeste teria que ser isotopicamente semelhante ao nosso planeta, o que parece ser pouco provável.
Desta forma, a nova teoria sugere que a Lua se formou com grande parte de materiais terrestres, principalmente em suas camadas externas, o que responderia a questão da semelhança entre a composição delas.
“Houve outras teorias propostas para explicar essas semelhanças na composição, como o modelo da sinestia – onde a Lua é formada dentro de um redemoinho de rocha vaporizada da colisão – mas elas lutam para explicar a órbita atual da Lua”, declarou a agência.
O novo estudo, que propôs uma formação em estágio único e, consequentemente, mais rápida, aponta que existe uma explicação mais “clara e elegante” para esses questionamentos.
Neste cenário, a Lua está em uma órbita ampla, o que acontece por seu interior não estar completamente derretido, o que explicaria algumas de suas propriedades; o que faria desta teoria a mais “aceitável” para a origem da Lua até então.
Apesar dos avanços, a NASA entende que essa teoria só se confirmará caso haja a possibilidade de novas análises de amostras lunares, que deverão ser colhidas por meio de missões Artemis da agência.
“À medida que os cientistas obtêm acesso a amostras de outras partes da Lua e das profundezas da superfície lunar, eles poderão comparar como os dados do mundo real correspondem a esses cenários simulados e o que eles indicam sobre como a Lua evoluiu ao longo de sua trajetória de bilhões de anos de história”, disseram em nota.
Entende a origem da Lua também pode ajudar a entendermos como nosso próprio planeta se transformou a ponto da abrigar a vida de como conhecemos hoje. “Quanto mais aprendemos sobre como a Lua surgiu, mais descobrimos sobre a evolução de nossa própria Terra”, apontou Vincent Eke, pesquisador da Universidade de Durham
Suas histórias estão entrelaçadas – e podem ecoar nas histórias de outros planetas alterados por colisões semelhantes ou muito diferentes”, completou.
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