Fóssil preservado de Navaornis hestiae revela detalhes da anatomia cerebral e preenche lacuna evolutiva entre dinossauros e aves modernas
Gabriel Marin de Oliveira, sob supervisão de Thiago Lincolins Publicado em 14/11/2024, às 15h30
Uma descoberta paleontológica de grande importância acaba de ser anunciada na revista Nature. Pesquisadores identificaram uma nova espécie de ave pré-histórica, o Navaornis hestiae, em um sítio fossilífero localizado em Presidente Prudente, São Paulo.
A descoberta, feita em 2015 pelo paleontólogo William Nava, revela detalhes inéditos sobre a evolução das aves e a transição entre os dinossauros e as aves modernas.
"Foi uma grande surpresa, me deparar com ossinhos de morfologia diferente, formando um crânio, contendo inclusive o bico preservado, as órbitas e outras estruturas ósseas, preservadas em 3D. Crânios fósseis são muito raros de se encontrar nas rochas sedimentares de idade Cretácea do Brasil, portanto esse achado foi especial", disse William ao G1.
O crânio do Navaornis hestiae está excepcionalmente bem preservado, permitindo aos pesquisadores reconstruir o cérebro, o ouvido interno e outras estruturas cranianas com um nível de detalhe sem precedentes.
"O detalhe dessa anatomia é sensacional e preenche uma lacuna que existe entre a ave mais antiga conhecida do Jurássico, o Archaeopteryx, e as aves modernas. A estrutura cerebral do Navaornis é quase exatamente intermediária entre a do Archaeopteryx e a das aves modernas", seguiu o paleontólogo ao G1.
A nova espécie pertence ao grupo Enantiornithes, um dos mais diversos e bem-sucedidos da Era Mesozóica. A análise do crânio do Navaornis revelou que sua estrutura cerebral é quase exatamente intermediária entre a do Archaeopteryx e a das aves modernas.
Essa descoberta desafia as teorias existentes sobre a evolução do cérebro das aves e oferece novas percepções sobre o desenvolvimento da inteligência e das capacidades cognitivas nesse grupo animal.
O nome Navaornis é uma homenagem ao paleontólogo William Nava, responsável pela descoberta do fóssil. Já o nome específico, hestiae, faz referência à deusa grega da arquitetura, Héstia, simbolizando a dualidade da espécie: uma linhagem arcaica com características primitivas e uma anatomia craniana moderna.
"Fico bastante grato e feliz por estarem batizando um fóssil raro com meu nome. É um reconhecimento ao meu trabalho de 31 anos de escavações", finalizou William na entrevista.
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