Filme de quase meio século imaginou como seria o mundo em 2022; e acertou diversas coisas
Fabio Previdelli Publicado em 16/01/2022, às 09h00 - Atualizado em 13/04/2023, às 12h07
Nostradamus, Os Simpsons e Arthur C. Clarke. Não faltam exemplos de pessoas e produções consideradas referências quando o tópico é prever o futuro.
Enquanto muitos atribuem o 11 de Setembro e as ascensão de Hitler como eventos já sabidos pelo primeiro nome dessa lista; a família amarelada é responsável por visões mais espantosas do futuro. Já o autor é lembrado pelas premonições em torno das ciências e do futuro da humanidade — e pela eterna discussão Homem x máquina.
Porém, um ‘visionário’ passou a chamar a atenção das redes no ano passado. Trata-se do longa ‘No Mundo de 2020’. Como explica matéria do Estadão, que destacou os pontos que serão debatidos abaixo, o filme baseado no romance de Harry Harrison foi lançado em 1973.
Apesar do nome, a narrativa se passa no ano 2022. Confira a sinopse da obra: “Em 2022, Robert Thorn investiga o assassinato de um executivo cuja companhia produz uma comida sintética nutritiva. Mas, no processo de rastrear o assassino, Thorn desvenda várias informações chocantes sobre os ingredientes do produto.”
Além da chocante informação sobre os ingredientes, o filme também surpreende por sua previsão assertiva do futuro. Confira 5 previsões feitas pelo longa:
No longa, o diretor Richard Fleischer apresenta uma série de slides mostrando a evolução dos americanos. A sequência mostra desde os antigos colonos, passando pelos primeiros habitantes da cidade, até chegar na cidade atual, que vive em um eterno caos.
Lotada de carros, cercada de fumaça e aglomerações, os “empurradores profissionais” são os responsáveis por enfiar os passageiros dentro de vagões do metrô. Nada muito diferente do cotidiano de milhares de brasileiros.
Um disclaimer no filme aponta que a cidade de Nova York possui 40 milhões de habitantes — bem longe dos 8,14 mi (segundo dados de 2019 do Departamento do Censo dos Estados Unidos), é verdade. Em determinado ponto, o protagonista comenta: “Tem dois milhões de caras desempregados só em Manhattan — e só de olho no meu emprego!”
Segundo dados de novembro de 2021, do site especializado Country Economy, Nova York possui cerca de 614 mil pessoas desempregadas, o que coincide com 6,9% da população — baseada em índices não-oficiais de 9,24 milhões de pessoas.
Com a superpopulação do globo, um outro fator previsto pelo longa são as mudanças climáticas. O filme imagina um futuro assolado pela alta temperatura do globo, onde um dia nunca fica com temperaturas abaixo dos 32 graus.
Para se ter uma ideia do cenário, um pote de margarina, por exemplo, pode estragar mesmo sendo armazenado dentro da geladeira. O mundo também sofre um fenômeno parecido com o mundo real: o desmatamento. Em ‘No Mundo de 2020’, as últimas árvores existentes são protegidas por uma tenda.
Embora o filme de Richard Fleischer não esclareça se esse ponto é causado pela ação humana ou por conta de desastres naturais, o romance que inspirou a produção deixa explícito que é por conta do primeiro fator.
No longa, o protagonista Robert Thorn desfruta de seu tempo livre se deliciando com feijões, alface, maçãs e outros alimentos que roubou da última cena de seu crime. Enquanto isso, a high society tem um jeito muito mais chamativo de se descontrair: os videogames.
O equipamento é mostrado num elegante cômodo de um luxuoso membro do conselho de Soylent. No filme, o espaço abriga o Computer Space — o nome faz referência ao primeiro jogo de fliperama operado por moedas da história, desenvolvido em 1971.
Para se ter uma ideia da realidade, segundo estudo da TechNET Immersive, a indústria dos jogos foi avaliada, em 2021, em 163,1 bilhões de dólares, o que representa mais da metade do arrecadado por toda indústria do entretenimento — o que significa, portanto, que o valor é maior que o mercado do cinema e da música juntos.
‘No Mundo em 2020’ mostra um problema já enfrentado por nossa sociedade, a escassez de alguns alimentos. Devido ao consumo exacerbado, a ficção mostra um pé de alface ou até mesmo um tomate sendo vendidos por valores irreais. A carne bovina, ainda mais, passa a ser um produto de luxo supremo.
Para contornar a situação, a corporação Soylent produziu uma série de alimentos que contém “um concentrado de vegetais de alta energia” — algo que alguns consideram “uma gororoba sem gosto e nem cheiro”.
Um dos produtos mais novos da empresa é a Soja Verde, uma comida artificial tida como “alimento milagroso de plâncton de alta energia coletado dos oceanos do mundo”.
O mais bizarro de tudo é que, em 2013, na vida real, uma empresa alimentícia, também chamada Soylent, abriu um financiamento coletivo para a produção de alimentos — hoje, eles são disponibilizados em pós ou em barras, todos seguindo os padrões da agência sanitária dos Estados Unidos em uma série de critérios.
Por todos os cenários já apontados acima, é normal concluir que a vida das pessoas em ‘No Mundo em 2020’ não é nada fácil. E é justamente por isso que, na trama, a morte assistida é legalizada.
Na ficção, aliás, as viúvas recebem uma recompensa, “auxílio morte”, caso seus amados optem por ‘desistir’. Uma cena mostra um personagem escolhendo até mesmo sua trilha oficial para lhe acompanhar em seus últimos momentos de vida.
Apesar de uma representação mais surrealista na ficção, hoje a morte assistida já é legalizada em diversos países, como Canadá, Austrália e Colômbia. Em 2018, por exemplo, 142 pessoas viajaram até a Suíça para poderem realizar o suicídio assistido.
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