A medalhista olímpica Paola Egonu - Getty Images
Racismo

Mural de Paola Egonu, MVP das Olimpíadas, é alvo de vandalismo na Itália

A obra, que celebra a luta da jogadora de vôlei contra o preconceito, está localizada em frente ao Comitê Olímpico Italiano

Redação Publicado em 13/08/2024, às 16h47

No último domingo, 11, a seleção feminina de vôlei da Itália conquistou a medalha de ouro nas Olimpíadas de Paris. Naquela mesma data, foi inaugurado um mural em Roma em homenagem a Paola Egonu, italiana eleita MVP do torneio olímpico. 

A pintura retratava a atleta lançando uma bola com a mensagem “pare com o racismo, ódio, xenofobia e ignorância”. No entanto, um dia depois, o mural foi vandalizado. A frase original não pode mais ser lida, e a cor da pele de Egonu foi alterada.

“Noi non siamo razzisti, ma…”

Invece sì, siete razzisti e non c’è altro modo con cui chiamarvi. Siete luridi razzisti, schiacciati dal tempo, dalla storia, dalla ragione, dalla conoscenza, dall’intelligenza e anche da una palla di volley.#Egonu #NoRacism #Pallavolo pic.twitter.com/64cIuGef3s

— Mauro Berruto (@mauroberruto) August 13, 2024

Após a repercussão do ato racista, o Capitão da seleção masculina da Itália, o levantador Simone Giannelli, expressou seu apoio a Egonu: “São sem coração, sem dignidade e sem humanidade. Paola, não se preocupe com eles, quem for responsável cuidará disso (espero que sim). Você é uma grande campeã olímpica”.

Sobre a jogadora

Antes de conquistar a medalha de ouro em Paris, Paola Egonu já havia enfrentado ofensas racistas de torcedores italianos. Nascida em Cittadella, uma cidade próxima a Veneza, ela é filha de pais nigerianos. Com apenas 16 anos e jogando pelo Treviso, Egonu foi alvo de imitações de macacos pela torcida rival cada vez que tocava na bola. 

Com o tempo, ao se estabelecer como uma das melhores jogadoras do mundo, Egonu passou a adotar o combate ao racismo como um de seus principais objetivos. Mas em 2022, após conquistar uma medalha de bronze no Campeonato Mundial, ela considerou deixar a seleção italiana devido a cobranças injustas, mesmo com a equipe já celebrando o pódio.

Segundo o GE, O mural em homenagem a Egonu foi criado pela artista de rua Laika, e está localizado em frente à sede do Comitê Olímpico da Itália. A obra recebeu o título de “Italianità” (“Italianidade”, em tradução livre).

No nosso país, já não há espaço para a xenofobia, o racismo, o ódio e a intolerância. O racismo é uma praga social que deve ser derrotada. Fazer isso por meio do esporte é muito importante. Acredito num futuro de inclusão, acolhimento e respeito pelos direitos humanos. Dedico este cartaz a todos os italianos não reconhecidos como tal pelo nosso Estado”, afirmou Laika, antes do vandalismo acontecer.
Itália racismo olimpíadas mural vandalismo Paola Egonu

Leia também

Após um mês desde a morte do apresentador, família de Silvio Santos deve visitar túmulo


'Ainda Estou Aqui' está entre pré-selecionados para representar Brasil no Oscar; confira lista


Templo encontrado submerso na Itália é analisado por arqueólogos


Titanic: 5 coisas que você provavelmente não sabia sobre o naufrágio


Após dançar em festival na Colômbia, idosa desaparecida é encontrada


Cinebiografia polêmica de Trump será lançada no Brasil; veja a data