A tumba intacta, datada do final do primeiro século a.C, foi encontrada no norte da Grécia e revela costumes do período
Fabio Previdelli Publicado em 15/08/2019, às 14h00
Arqueólogos gregos encontraram uma tumba intacta pertencente a uma mulher que morreu no período Helenístico, perto do final do primeiro século a.C. A descoberta, que aconteceu na Vila Mavropigi – na região de Cozani, no norte da Grécia – ocorreu devido a um trabalho de mineração que ocorria no local.
A tumba foi encontrada a cerca de um metro e meio abaixo da superfície de uma casa, que havia sido recentemente demolida. A mulher estava deitada sobre uma cama de bronze, alinhada na direção norte-sul, seguindo os polos magnéticos da Terra.
O corpo foi encontrado com cinco potes de barro ao seu redor, que continham perfume e ânfora. Outro pote de vidro também foi localizado, mas ainda não se sabe o uso dele.
A cabeça da mulher estava envolta em pedaços de ouro, que possivelmente adornava algum tecido para a cabeça ou um lenço. Ainda na região facial, foi encontrado um bocal de ouro prensado em forma de folha. Já a mão direita segurava um pano decorado com fibras douradas.
Areti Chondrogianni-Metoki, diretora do Kozani Ephorates of Antiquities, explica que este tipo de ritual dão indícios de que ela pertencia a elite: “estamos lidando com uma mulher que era rica, ocupava uma posição de muita relevância na sociedade da época ou que era casada com um homem muito influente na época”.
A descoberta da cama de bronze também animou os pesquisadores: “ainda não sabemos se a cama de bronze foi feita exclusivamente para essa pessoa morta, ou se isso se tratava de um costume funerário da época, do final do período helenístico e do início do Império Romano. Fragmentos de camas de cobre já foram encontrados em outras partes do país, mas uma cama inteira como essa que estamos vendo, jamais”, explica Chondrogianni-Metoki.
Antes dessa descoberta, só se tinha conhecimento de enterros feitos exclusivamente em camas de madeira. Além dos costumes funerários da época, o achado também permite esclarecer diversos costumes do período, como as capacidades metalúrgicas da sociedade; a estratificação social da região e até mesmo do mobiliário que as pessoas possuíam.
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