Por pressão dos pais, a Secretaria Municipal de educação de Conselheiro Lafaiete decidiu suspender temporariamente o uso do livro nas escolas
Redação Publicado em 19/06/2024, às 18h34
Nesta semana, a Secretaria Municipal de Educação de Conselheiro Lafaiete, localizada na Região Central de Minas Gerais, suspendeu todas as atividades que envolviam o livro “O menino marrom”, de Ziraldo, nas escolas da cidade. A medida foi tomada em razão da pressão dos pais, que consideraram a obra “agressiva”.
Em 1986, Ziraldo publicou o livro que narrando a história de dois amigos, um negro e um branco, que juntos exploram o significado das cores. Eles investigam o que é branco, o que é preto e como isso os torna diferentes. Contudo, alguns pais acreditam que trechos da obra levam crianças “a fazer maldade”.
Em Conselheiro Lafaiete, alguns pais destacaram um trecho de “O Menino Marrom” envolvendo um possível pacto de sangue entre os meninos, que não se realiza: “'Temos que fazer o pacto de sangue!'. Um deles foi até a cozinha buscar uma faca de ponta para furar os pulsos.”
No entanto, a história prossegue com os protagonistas decidindo usar tinta em vez de sangue: “Ficaram os dois com as pontas do fura bolos cheias de tinta azul.”
Em um comunicado divulgado nas redes sociais, a prefeitura afirmou que o livro de Ziraldo “é um recurso valioso na educação, pois promove discussões importantes sobre respeito às diferenças e igualdade” e “aborda de forma sensível e poética temas como diversidade racial, preconceito e amizade”.
Contudo, “diante das diversas manifestações e divergência de opiniões”, a autoridade decidiu suspender temporariamente os trabalhos realizados com a obra, “a fim de melhor readequação da abordagem pedagógica, evitando assim interpretações equivocadas”.
Lamentamos que tenham havido interpretações dúbias. A Secretaria, em sua função de gestão e articulação entre escola e comunidade, compreende ser necessário momento de diálogo junto aos responsáveis para que não sejam estabelecidos pensamentos precipitados e depreciativos em relação às temáticas abordadas", acrescentou a prefeitura, conforme repercutido pelo G1.
Ziraldo, originário de Minas Gerais, faleceu em abril aos 91 anos. Ele foi um renomado escritor, desenhista, chargista, caricaturista e jornalista. Na década de 1960, fundou o jornal “O Pasquim” e é conhecido como o autor do clássico “O Menino Maluquinho”.
Com cenas inéditas, 'Calígula' volta aos cinemas brasileiros após censura
Jornalista busca evidências de alienígenas em documentário da Netflix
Estudo arqueológico revela câmara funerária na Alemanha
Gladiador 2: Balde de pipoca do filme simula o Coliseu
Túnica atribuída a Alexandre, o Grande divide estudiosos
Quebra-cabeça: Museu Nacional inicia campanha para reconstruir dinossauro