Maurício de Sousa fala sobre personagens gays na Turma da Mônica: 'Está chegando o momento'

Maurício de Souza declarou, em entrevista, que considera a criação de um personagem gay na 'Turma da Mônica'. Os personagens dos quadrinhos estão cada vez mais diversificados e, segundo o cartunista, deve-se observar a realidade e copiá-la. 

Em entrevista à Folha de S.Paulo, na última quinta-feira, 21, Maurício de Souza, contou que faz tempo que o tema está sendo discutido entre a equipe, e que deve-se observar os acontecimentos sociais para as criações.

A homossexualidade é um tema que a gente está discutindo faz tempo e aguardando o que vai acontecer socialmente para que possamos ter personagens gays. Está chegando o momento”, disse.

O fundador da MSP Produções, aos 86 anos, explica que é importante não ficar para trás, entretanto, a equipe opta por uma demora. Estratégia essa, inclusive, adotada durante a ditadura militar, já que nesse período os jornais que compravam tirinhas da Associação dos Desenhistas São Paulo — que era tida como comunista — eram banidos.

A "Turma da Mônica", tem buscado cada vez mais representar a diversidade em seus personagens. Humberto, que é surdo-mudo, Luca cadeirante e Tati com síndrome de down, são apenas alguns exemplos de criações da MSP Produções que são PCD.

Personagens e a diversidade

Os personagens da série de quadrinhos mais famosa do país, foram inspirados em pessoas reais, do convívio de Maurício. As próprias Mônica e Magali, surgiram de suas próprias filhas e Cebolinha e Cascão, de amigos da infância do cartunista. 

Eu não inventei nada. Tudo estava ao lado. Só copiei.", disse Maurício para a Folha.

Como relatado pela Rolling Stone, apenas em 2017, foi criada Milena, primeira personagem negra dos quadrinhos. A ideia surgiu de comentários de fãs após o discurso de Mônica Souza, filha de Maurício, na ONU. Ela sugeriu que a personagem fosse criada, após a manifestação do público de que faltava representatividade negra na "Turma".

"Está chegando o momento" e Caio, amigo de Tina, quando surgiu em 1995, recebeu críticas, levando a equipe à conclusão de que ainda não era o momento ideal para o personagem, mesmo sem se falar abertamente de sua sexualidade. Caio indicava se relacionar com outro homem, sendo possivelmente bissexual ou gay.

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