Policiais na Casa de Detenção - Divulgação/Memorial da Democracia
Massacre do Carandiru

Massacre do Carandiru: STF suspende indulto de Bolsonaro que beneficiava PMs

Suspensão foi tomada pela ministra Rosa Weber; saiba mais!

Redação Publicado em 17/01/2023, às 13h50

Nesta terça-feira, 17, a ministra do Supremo Tribunal Federal (STF), Rosa Weber, suspendeu provisoriamente o decreto editado do indulto de natal previsto pelo ex-presidente Jair Bolsonaro, que perdoaria a pena dos policiais militares condenados pelo massacre do Carandiru.

Segundo informações do portal G1, Weber indica na decisão que o indulto aos envolvidos no massacre pode configurar transgressão aos direitos humanos, de acordo com a Comissão Interamericana de Direitos Humanos

No fim de dezembro de 2022, o procurador-geral da República, Augusto Aras, se posicionou contra o decreto, uma vez que ele poderia anular as outras condenações do caso. Ele declarou, em comunicado ao STF

O indulto natalino conferido pelo presidente da República aos agentes estatais envolvidos no caso do Massacre do Carandiru representa reiteração do estado brasileiro no descumprimento da obrigação assumida internacionalmente de processar e punir, de forma séria e eficaz, os responsáveis pelos crimes de lesa-humanidade cometidos na casa de detenção em 2 de outubro de 1992".

Decreto de Bolsonaro 

O indulto assinado por Bolsonaro, pouco antes do fim de seu mandato, foi publicado no Diário Oficial da União e estabelecia o perdão de pena para os agentes de segurança pública condenados por crime culposo (sem intenção de matar), policiais que praticaram o crime que não era considerado hediondo há 30 anos atrás — segundo texto oficial — e militares das Forças Armadas condenados. 

Massacre do Carandiru 

O massacre do Carandiru aconteceu em 1992, quando 341 agentes da Tropa de Choque da Polícia Militar de São Paulo invadiram o Pavilhão 9 da Casa de Detenção, no Complexo do Carandiru, para conter uma rebelião. Posteriormente, foram contabilizados 111 mortos, sendo todos detentos, e evidências de extrema violência policial

A Justiça paulista condenou 74 policiais militares pelos assassinatos de 77 detentos, com penas que variam de 48 anos a 624 anos de prisão, algo que não é permitido pela lei brasileira. 

A defesa dos condenados trabalha com o argumento de que os PMs agiram em legítima defesa, pois estavam sendo atacados com armas e facas pelos detentos.

Massacre Jair Bolsonaro PM Carandiru STF indulto Rosa Weber

Leia também

Com cenas inéditas, 'Calígula' volta aos cinemas brasileiros após censura


Jornalista busca evidências de alienígenas em documentário da Netflix


Estudo arqueológico revela câmara funerária na Alemanha


Gladiador 2: Balde de pipoca do filme simula o Coliseu


Túnica atribuída a Alexandre, o Grande divide estudiosos


Quebra-cabeça: Museu Nacional inicia campanha para reconstruir dinossauro