Um dos livros mais enigmáticos da história, o Manuscrito de Voynich contém estranhos desenhos e textos codificados escritos no século 15
Fabio Previdelli Publicado em 17/04/2024, às 13h37
Considerado um dos livros mais misteriosos da história, o 'Manuscrito Voynich' foi escrito em meados do século 15, mas intriga os estudiosos até os dias atuais, principalmente pelo fato de ter sido escrito em uma linguagem desconhecida — com estranhos desenhos e textos codificados.
+ Manuscrito de Voynich: o livro mais misterioso da história
Mas em um artigo publicado no Social History of Medicine, Keagan Brewer, da Universidade Macquarie, diz que o texto mais misterioso do mundo trata-se, na verdade, de segredos sexuais medievais considerados 'perigosos demais para serem lidos'.
Em entrevista ao Daily Mail, Brewer esclarece que o texto criptografado possui informações censuradas sobre sexo, contracepção e ginecologia. "O manuscrito Voynich trata fundamentalmente de restringir informações específicas consideradas perigosas para os leitores".
Apesar de muitas das imagens do manuscrito serem de plantas, animais ou pessoas, uma das ilustrações chamou a atenção dos pesquisadores. Nela, mulheres nuas aparecem segurando objetos próximos ou apontado para suas genitálias — o que o especialista, junto da pesquisadora Michelle L. Lewis, afirma ser um sinal claro de que o manuscrito possui informações sobre ginecologia e saúde sexual.
"Não consigo entender por que seria sobre qualquer outra coisa, visto que existem plantas (o que significa que é um manuscrito médico) e mulheres apontando objetos para suas vaginas", disse ao Mail. "Muitos pesquisadores do manuscrito ignoram este último fato, mas eles estão ali para que todos possam ver".
Segundo o veículo britânico, a saúde da mulher no século 15 era objeto de extensos estudos e escritos de autores medievais. Normalmente esse assunto era chamado como "os segredos das mulheres".
Apesar de diversos escritos médicos dessa época sobre sexo e nascimento tenham sobrevivivo, muitos deles acabaram sofrendo com censura. "A cultura patriarcal da Europa medieval tardia incluía medos masculinos multifacetados em relação aos corpos das mulheres e aos seus processos naturais, e isto estava intimamente ligado à cultura médica", explica Brewer.
Para se ter ideia de como o assunto era tratado, o Daily Mail recorda que um médico daquela época, Johannes Hartlieb, recomendou que os médicos usassem "cartas secretas" para ocultar informações contraceptivas ou abortivas. Hartlieb tinha a preocupação de que cada vez mais as mulheres alfabetizadas pudessem ler seus escritos e usá-los para fazer sexo antes do casamento.
Os autores da pesquisa possuem conhecimento no assunto, visto que já traduziram textos codificados de outros manuscritos que possuem receitas e fórmulas com usos ginecológicos.
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