Carne de mamute lanoso, extinto há 10.000 anos, pode ser alternativa para combate ao aquecimento global associado à pecuária; entenda!
Fabio Previdelli Publicado em 28/03/2023, às 12h27 - Atualizado em 19/05/2023, às 10h09
Extinto há cerca de 10.000 anos, o mamute lanoso teve sua carne ‘ressuscitada’ para a produção de uma almôndega pré-histórica. Assim, uma empresa australiana de carne cultivada, a Vow, pretende misturar e combinar células de espécies não convencionais para criar novos tipos de carne. O episódio foi repercutido no mês de março.
Segundo o The Guardian, o projeto tem como intenção demonstrar o potencial da carne cultivada a partir de células, 'geradas' sem o abate de animais, e combater o aquecimento global associado à produção pecuária em grande escala.
Para isso, os cientistas usaram a sequência de DNA de uma proteína muscular de um mamute e preencheram suas lacunas com o código genético de um elefante — o parente vivo mais próximo da espécie.
Essa sequência, então, foi adicionada nas células-tronco mioblásticas de uma ovelha, que se replicaram para crescer até 20 bilhões de células que, por sua vez, foram usadas para cultivar a carne de mamute.
No entanto, apesar de criar o que eles esperam que seja uma carne 'realmente saborosa', os especialistas têm muito medo de comê-la, caso a antiga proteína se mostre mortal, repercute o Daily Mail.
"Não vemos essa proteína há milhares de anos", disse o professor Ernst Wolvetang, do Instituto Australiano de Bioengenharia da Universidade de Queensland, que fez a almôndega com Vow. "Portanto, não temos ideia de como nosso sistema imunológico reagiria quando comêssemos".
Mas, se fizéssemos de novo, certamente poderíamos fazê-lo de uma forma que o tornasse mais palatável para os órgãos reguladores”, prosseguiu.
Ao The Guardian, Wolvetang ainda explicou que o processo para a 'criação' da almôndega de mamute foi "ridiculamente fácil e rápido", sendo concluído em "algumas semanas".
Inicialmente, explicou, o projeto tinha como objetivo de fazer uma carne de dodô, mas a falta de sequências de DNA impediram o processo. A ideia de criar uma almôndega de mamute partiu de Bas Korsten, da agência criativa Wunderman Thompson.
"Nosso objetivo é iniciar uma conversa sobre como comemos e como as alternativas futuras podem parecer e qual gosto elas podem ter. Carne cultivada é carne, mas não como a conhecemos", apontou.
A Vow disse que acabou escolhendo a carne de mamute pelo fato do animal ser um símbolo da perda de diversidade e da mudança climática. Afinal, acredita-se que a espécie foi extinta pela caça humana e pelo aquecimento após a última Era do Gelo.
Visando criar uma alternativa à produção pecuária em grande escala, a carne cultivada usa muito menos terra e água do que o gado. Simultaneamente, sua produção também não emite gases metanos.
Os cientistas dizem que os impactos ambientais gerais da produção de carne cultivada provavelmente serão substancialmente menores do que os da carne produzida convencionalmente, apesar de nenhuma comparação direta ser possível porque os produtos cultivados ainda não estão sendo produzidos em escala industrial.
A almôndega de mamute será apresentada na noite de terça-feira, 28, no Nemo, um museu de ciências na Holanda.
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