Durante a peregrinação muçulmana anual à Meca, o Haje, de 2024, ao menos 577 peregrinos morreram devido às temperaturas extremas
Éric Moreira Publicado em 19/06/2024, às 12h36
Neste ano de 2024, o Haje — a peregrinação realizada à cidade santa de Meca, que é considerada um dos cinco pilares do Islamismo e deve ser realizada ao menos uma vez na vida pelos muçulmanos, se possível — ocorreu entre os dias de 14 e 19 de julho. Porém, o evento foi marcado por grande tragédia.
Isso porque, segundo divulgado por diplomatas na Arábia Saudita, ao menos 577 peregrinos morreram nos últimos dias. E a razão para isso: as temperaturas extremas registradas na região; vale lembrar que 2024 vem sendo considerado um dos anos mais quentes das últimas décadas, com recordes de temperatura em todo o mundo.
De acordo com o UOL, foi divulgado que ao menos 323 dos quase 600 falecidos são egípcios, e exceto por um — que foi ferido em uma dispersão desordenada de uma multidão —, todos morreram devido à exposição ao calor extremo.
O balanço disponibilizado pelo necrotério do hospital de bairro Al Muaisem, em Meca, não informa se as mortes ocorreram após o início oficial do Haje, ou se já vem sendo contabilizadas desde antes, incluindo peregrinos que chegaram com antecedência.
Além de egípcios, também foi registrada a morte de 60 jordanianos, sem mencionar outros peregrinos da Tunísia, Indonésia, Irã e Senegal. Vale mencionar que no ano passado também foram registradas mortes, mas menos da metade que neste ano: 240 ao todo, em sua maioria da Indonésia.
Como já mencionado, o Haje é considerado um dos cinco pilares do Islamismo — mais especificamente o último, depois da profissão da fé (Chahada), das orações diárias (Salat), da esmola (Zakat) e do jejum durante o Ramadã (Saum) —, sendo obrigatório a todo muçulmano adulto realizá-lo ao menos uma vez na vida, caso tenha recursos econômicos e saúde para tal.
Para a Arábia Saudita, o Haje é uma fonte de grande prestígio e legitimidade, sendo seu rei considerado o "guardião das duas mesquitas sagradas" de Meca e Medina. Neste ano, estima-se que 1,8 milhão de peregrinos foram até Meca, dos quais 1,6 milhão seriam do exterior.
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